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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O problema do adoecimento da categoria bancária, em função do modelo de gestão dos bancos, que impõe metas abusivas e prática de assédio moral, teve destaque na 4ª Conferência Estadual dos Bancários da base do Estado do Rio de Janeiro, que teve seu segundo dia neste sábado (18), na Galeria dos Empregados do Comércio, no Centro do Rio.
“A que custo tem sido a reestruturação e a maximização dos lucros e metas?”, questionou o coordenador de promoção social do Sindicato dos Bancários do Sul Fluminense, Miguel Pereira, que apresentou dados de um estudo feito em parceria com a UFF (Universidade Federal Fluminense) sobre o tema da saúde do trabalhador.
Doenças psíquicas
Os números do levantamento são assustadores: o adoecimento psíquico atinge 15% da categoria, quando no restante do mercado de trabalho o índice não passa de 5%. A pesquisa mostrou ainda que 26,5% dos entrevistados disseram já ter se licenciado do trabalho por até 15 dias e cerca de 10% por mais de 180 dias.
Os dados mostram ainda que 20% dos afastados foram diagnosticados com doença psiquiátrica, quando a média em outras categorias é de 5%.
Cerca de 18,9% já tomaram medicamentos psiquiátricos para poder trabalhar e enfrentar a política de metas nos bancos.
Desmotivação no trabalho
Já 67,2% dos bancários consideram grave ou crítica a situação da organização do trabalho nos bancos, quase 60% acha caótica ou grave as condições de trabalho e apenas 2,6% avaliam como satisfatórias.
As relações socioprofissionais, que estão relacionadas ao assédio moral no trabalho, são consideradas críticas ou graves por 58,9% dos entrevistados.
Pelo menos 54,1% acha crítica a situação e sofrem esgotamento físico e mental.
Em relação a motivação e a falta de condições para entregar o resultado, cerca de 62% considera a situação grave ou crítica.
"Este talvez este seja o maior problema que vamos enfrentar nesta campanha salarial. Precisamos chamar o Ministério Público, os bancos, o INSS , o Ministério do Trabalho e apresentar essa situação", sugeriu Miguel.