Sexta, 17 Mai 2024 21:53

Abertura da Conferência Estadual aponta desafios da Campanha Bancária-2024

José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, discursa na abertura da 4ª Conferência Estadual. Foto: Nando Neves. José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, discursa na abertura da 4ª Conferência Estadual. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

Na noite desta sexta-feira (17/5), representantes das centrais sindicais CUT, CTB e Intersindical, além de dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), da Federação Estadual de Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) e de sindicatos de bancários, como o do Rio de Janeiro, participaram da abertura da 4ª Conferência Estadual das Bancárias e Bancários. O evento foi realizado no auditório do Sindicato do Rio e antecedeu os debates da conferência, que serão feitos no sábado, a partir das 8h30, quando vão ser aprovadas propostas a serem enviadas para a Conferência Nacional Bancária, dias 7, 8 e 9 de junho, e que nortearão a Campanha Nacional dos Bancários deste ano.

A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, lembrou que a categoria vive hoje uma situação difícil devido à ampliação da precarização das relações de trabalho, seja por conta da reforma trabalhista e da liberação geral da terceirização no governo Temer, seja pelo avanço das novas tecnologias e crescimento dos bancos digitais e fintechs. “Mas a luta se constrói com desafios e, nesta campanha, temos que discutir formas de inclusão destes trabalhadores precarizados na nossa Convenção Coletiva de Trabalho, o que só será possível com a extensão da CCT para todos os trabalhadores do ramo financeiro, ou seja, também para este importante segmento que hoje não é representado pelo movimento sindical bancário, mesmo fazendo serviço bancário”, defendeu.

A dirigente lembrou que o país, e o mundo, vivem uma disputa entre a extrema-direita e os setores democráticos. “Por isto mesmo a nossa luta tem que ser também em defesa da democracia que é fundamental para termos um país mais justo”, afirmou. Defendeu o uso das novas tecnologias, das redes sociais, a favor dos trabalhadores, e que isto deve acontecer para mobilizar a categoria bancária. Deu como exemplo a própria conferência estadual que acontece de forma híbrida, presencial e virtualmente.

Diálogo com a população

Para José Ferreira, presidente do Sindicato do Rio, um dos desafios da campanha deste ano será abrir o diálogo com a população sobre a necessidade de exigir dos bancos a melhoria do atendimento e, ao mesmo tempo, de melhores condições de trabalho, situações que estão interligadas. “Outro desafio é incluir todos os trabalhadores do ramo financeiro, além dos bancários, os trabalhadores das fintechs, bancos digitais, PJs e terceirizados na nossa CCT”, defendeu. Acrescentou, também, ser fundamental neste momento exigir a redução da Selic, que mantida nos atuais patamares é um freio no crescimento econômico, na geração de emprego e distribuição de renda.

Paulo Sérgio Farias, presidente da CTB do Rio de Janeiro, saudou a conferência como um momento importante na organização dos trabalhadores bancários, categoria que é referência para as demais. Disse que com a eleição de Lula Jair Bolsonaro foi derrotado, sendo mantida a democracia, mas que é preciso derrotar o fascismo que ele representa.

Cobrar apoio ao povo gaúcho

Jacy Menezes, da central Intersindical, citou a tragédia que se abate sobre o povo do Rio Grande do Sul como um momento de aproveitar a campanha deste ano para cobrar que os banqueiros contribuam para ajudar os milhares de gaúchos. “Entre estes, evidentemente, também, bancários e bancárias que estão em sérias dificuldades, seja não descontando dias não trabalhados, ou atrasos, seja mantendo fechadas agências que ficaram sem infraesturura”, exemplificou. Para Jacy, na campanha deste ano uma das prioridades tem que ser a saúde da categoria que está adoecendo por conta da pressão diárias dos bancos.

O vice-presidente da Contraf-CUT, Vinícius de Assumpção, também defendeu a luta para a inclusão de todos os trabalhadores do sistema financeiro na CCT bancária. “São companheiros de fintechs e bancos digitais que precisam ter os mesmos direitos que nós bancários. Temos que lutar pela manutenção de direitos, mas também de novas cláusulas da nossa convenção de trabalho, mas também dialogar com estes trabalhadores que não são representados por nós”, defendeu.

Vinícius previu para este ano uma campanha duríssima. “Os bancos já estão apontando dificuldades nas negociações. Cabe a nós mobilizar toda a categoria para garantir as conquistas que queremos e para isso é fundamental ampliar o uso das redes sociais”, avaliou.

Greve

Rafanelli Alves, presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, lembrou que os lucros exorbitantes dos bancos dão a eles todas as condições de atender à pauta da categoria bancária. “Para que façam isto é necessário sermos firmes, mobilizar a nossa categoria e se necessário ir à greve”, disse.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Teresópolis, Claudio Melo, também avaliou ser fundamental nesta campanha o uso das redes sociais. “Nesta conferência estamos dando o exemplo, fazendo um evento híbrido, ampliando a participação da categoria. Isto dará mais força à nossa campanha com a participação on line em assembleias, por exemplo”, disse.

Sávio Barcellos, presidente do Sindicato de Petrópolis, também opinouo que a alta lucratividade dos bancos torna possível o atendimento aos bancários em sua campanha. “Além dos itens econômicos, também será fundamental conquistar garantias em nossa CCT para a saúde da nossa categoria, com o fim do assédio das metas, do fechamento de agências e demissões que adoecem por conta da sobrecarga de trabalho”, disse.

Jorge de Oliveira, presidente do Sindicato de Niterói, criticou o fato de que milhares de trabalhadores do ramo financeiro não tenham os mesmos direitos que os bancários, garantidos pela CCT. “Esta é uma questão prioritária nesta campanha”, afirmou.

Ao final, os diretores do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Sérgio Amorim da corrente política CSD, Jacy Menezes, da Intersindical, Ronald Carvalhosa, do Enfrente e José Ferreira, da Articulação, apresentaram um resumo das teses que cada grupo encaminhará neste sábado. As teses serão debatidas na Conferência Estadual e a que for aprovada será encaminhada para a Conferência Nacional dos Bancários, em junho, em São Paulo.

4ª Conferência Estadual das Bancárias e Bancários

Sexta-feira (17)

(Auditório do Sindicato e transmissão virtual)

18h30 – Abertura

19h30 – Parlamentares convidados

20h – Apresentação das teses das correntes políticas

 

Sábado (18)

Galeria dos Empregados do Comércio (presencial)

8h30 – Credenciamento e recepção

10h – Mesa Conjuntura: Fausto Augusto (Dieese)

11h – Perspectivas para a Campanha Salarial:: Rosângela Vieira (Dieese)

12h30 – Intervalo para o almoço

 

 13h30 – Apresentação de propostas para a pauta de reivindicações

 16h – Eleição de delegados para a Conferência Nacional

17h – Encerramento

 

 

 

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