Quando o bancário recebe a PLR (Participação nos Lucros e Resultados), almoça num restaurante com o tíquete refeição ou faz compras no supermercado com o auxílio alimentação, não imagina que estes e os demais direitos não são uma concessão dos bancos, mas fruto da participação e da luta da categoria, junto com a representação sindical, em campanhas salariais.
No caso da PLR, bancários e bancárias começaram a reivindicar uma participação nos lucros dos bancos nos anos de 1990 e, com muita pressão e mobilização, veio na Convenção Coletiva de Trabalho de 1995, um ano depois de o então presidente da República, Itamar Franco, ter assinado a Medida Provisória de 29 de dezembro de 1994, que previa este direito aos trabalhadores.

Melhorias: fruto da mobilização

É a mobilização também que é capaz de fazer a regra da participação nos lucros avançar. Na época da conquista da PLR prevista na CCT, os bancários receberam uma parcela proporcional de 72% do salário mais a parcela fixa. Em 1996, o valor passou a ser baseado no lucro dos bancos. A partir de 1997, a parcela proporcional passou a ser de 80% do salário e se o montante não atingisse no mínimo 5% do lucro do banco, teria acréscimo até essa porcentagem ser atingida. Em 2003, os bancários dos bancos públicos também passaram a receber a PLR, graças as negociações da categoria que passaram a acontecer em mesa única.
A mobilização fez com que a categoria bancária fosse a primeira a garantir esse direito previsto em Convenção Coletiva e em nível nacional, para todos os bancários e bancárias.
Na negociação da Campanha Nacional de 2022, os bancários conquistaram a ampliação da parcela adicional da PLR (13%, com aumento real de 3,83%).
A PLR é boa para o trabalhador, mas também para a economia do país, pois faz circular mais dinheiro. A PLR, em 2024, referente ao exercício 2023, já considerando o pagamento final até março deste ano, injetou, em nível nacional, cerca de R$ 7,8 bilhões na economia brasileira, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Valorizar a PLR é reconhecer a importância dos sindicatos na vida do trabalhador e estar ciente da relevância da participação de cada um de nós na campanha salarial. Ainda mais este ano, em que será renovada a Convenção Coletiva de Trabalho. A PLR é nossa porque foi por nós conquistada.