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Valor do total chega a R$ 50,9 bilhões, mas para CUT-RS é preciso ainda revogar a lei nº14.437, de Jair Bolsonaro, que permite redução salarial e outras medidas que retiram renda dos trabalhadores
Publicado: 09 Maio, 2024 - 14h21 | Última modificação: 09 Maio, 2024 - 18h12
Escrito por: Rosely Rocha
Atendendo em parte as reivindicações da CUT feitas em reunião, na segunda-feira (6), com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e entidades empresariais, o governo federal anunciou oficialmente, na manhã desta quinta-feira (9), uma série de medidas e investimentos para ajudar os trabalhadores e as trabalhadoras do Rio Grande do Sul que vêm sofrendo as graves consequências das enchentes que assolam o estado. (veja abaixo o que foi liberado).
O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, presente a reunião com Marinho e o setor empresarial, diz que as medidas são bem-vindas, mas que, no entanto, faltou a mais importante, a revogação da Lei nº 14.437, do governo de Jair Bolsonaro, aprovada durante a pandemia, que permite a suspensão de contratos, o corte de salários, a concessão de férias e outros, sem que os sindicatos possam negociar.
A Lei 14.437, promulgada em agosto de 2022, retomou com algumas mudanças, as regras do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que foi adotado durante a pandemia de covid-19, passando a ser permanente e poderá ser instituído sempre que houver estado de calamidade pública. Entre as medidas trabalhistas previstas estão o teletrabalho; a antecipação de férias individuais; a concessão de férias coletivas; o aproveitamento e a antecipação de feriados; o banco de horas; e a suspensão da exigibilidade dos recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Nós queremos que não haja nenhum tipo de redução do salário, de renda das pessoas, e nós queremos que qualquer tipo de negociação tenha o sindicato e o Ministério Público do Trabalho na mediação, porque o pessoal vai aplicar a lei à risca sem a presença de ninguém na negociação”, afirma o dirigente.
Amarildo crê que as empresas vão aplicar a compensação de horas, a redução do jornal de salário e dar férias, reduzindo a renda do trabalhador. O dirigente denuncia ainda que algumas empresas já começaram a não pagar os salários.
“Chegaram aqui reclamações de que algumas empresas não estão pagando o salário de abril, sendo que a enchente foi a partir do dia 2 deste mês de maio. Nós tínhamos avisado, falado com o Ministério do Trabalho, que havia esse risco. Por isso é fundamental que, no mínimo, tenha a participação dos sindicatos nas negociações”, diz Amarildo Cenci.
O que foi anunciado
▪ Abono Salarial: antecipação do cronograma de pagamento de abono salarial 2024
▪ Beneficiários: 705 mil trabalhadores com carteira assinada
▪ Período: Maio
▪ Impacto: R$ 758 milhões
▪ Seguro-Desemprego: liberação de 2 parcelas adicionais do seguro-desemprego para os desempregados que já estavam recebendo antes da decretação de calamidade, ao final da última parcela
▪ Beneficiários: 140 mil trabalhadores formais desempregados
▪ Período: Maio a outubro
▪ Impacto: R$ 495 milhões
▪ Imposto de Renda: prioridade no pagamento da restituição do IR para declarantes
▪ Beneficiários: 1,6 milhão de potenciais restituições
▪ Período: Junho
▪ Impacto: R$1 bilhão
▪ Bolsa Família e Auxílio-Gás: liberação do calendário para pagamento dos programas Bolsa Família e Auxílio-Gás, antecipando os pagamentos do mês de maio
▪ Beneficiários: 583 mil famílias
▪ Período: Maio
▪ Impacto: R$ 380 milhões
Já foram liberados na última quarta-feira (8), o FGTS calamidade e a suspensão do pagamento do Fundo para os empresários. Segundo Marinho, a ajuda direitamente aos trabalhadores do Rio Grande do Sul somam R$ 1,6 bilhões.
Na reunião ministerial de hoje com o presidente Lula, que contou com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, Senado, Rodrigo Pacheco e do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, foram divulgados pelo governo federal um total de R$ 50,9 bilhões de ajuda à população do Rio Grande do Sul.
Clique aqui para ver os detalhes do que foi liberado ao RS
Boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul divulgado ao meio dia desta quinta-feira: