EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Enrolação talvez seja o termo que melhor sintetiza o comportamento da Caixa Econômica Federal no Grupo de Trabalho constituído para encontrar soluções para o plano Saúde Caixa. A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, criticou muito esta postura que mostra mais do que um equívoco, uma política para não se encontrar saídas para os problemas existentes.
“A Caixa não atendeu às demandas que já havíamos apresentado durante as negociações, e que foram reforçadas nos ofícios que mandamos para o banco em janeiro e agora, na semana passada. Além disso, as informações que nos trouxeram não nos permitem avançar nas soluções necessárias”, disse Fabiana.
Na reunião do GT, o banco não apresentou as informações solicitadas pelos representantes dos empregados que serviriam como base para análise e discussão de soluções para as questões apontadas pelos usuários do plano. A maioria das informações apresentadas pela Caixa já haviam sido divulgadas, e estão disponíveis a todos os usuários no Relatório de Administração do Saúde Caixa, divulgado no site da Central de Atendimento do plano.
Tudo na mesma
Ainda não há resposta sobre a implementação das Gerências e Representações Regionais de Pessoas (Gipes e Repes, respectivamente), assim como dos comitês regionais de credenciamento e descredenciamentos, que podem contribuir com a melhoria do atendimento aos usuários e da rede credenciada, assim como com o aumento das especialidades médicas credenciadas ao plano em localidades mais remotas do país.
O banco disse que o andamento do processo está aguardando a análise de espaços para locação e composição de equipes, mas não soube responder quantas Gipes serão e tampouco em quais localidades elas serão instaladas.
Importância do GT
Também foi cobrado que o banco aja com maior responsabilidade com o GT e o trate como espaço de debate para solução dos problemas do plano. Existem dificuldades que afetam o tratamento de saúde dos empregados e outros que podem prejudicar a própria manutenção do Saúde Caixa.
Para os sindicalistas, a impressão é que o banco realizou a reunião apenas para cumprir uma formalidade após a cobrança da representação das empregadas e empregados, não debatendo sobre propostas de solução.
Esconde-esconde
Além do Relatório de Administração do Saúde Caixa 2023, que já é público, o banco trouxe poucas informações referentes ao primeiro trimestre do ano. Segundo o banco, no fechamento do trimestre o Saúde Caixa possuía 280.583 usuários, com idade média de 44,07 anos. Após 197 credenciamentos e 102 descredenciamentos, a rede credenciada possuía, ao final de março, 19.340 prestadores de serviço e, no período foram realizados 1.004.659 atendimentos, com 16.763.111 procedimentos custeados.
Somadas as receitas (R$ 842,3 milhões) e despesas (R$ 916,6 milhões), o Saúde Caixa apresentou um déficit de R$ 74,3 milhões, com uma reserva técnica de R$ 104,4 milhões. Segundo os representantes da Caixa, o aumento nas despesas, que foi 24% no primeiro trimestre do ano passado, está relacionado em sua maior parte ao aumento na utilização, em função do crescimento de casos de dengue. No entanto, o movimento sindical considera que as informações apresentadas na reunião não são suficientes para confirmar a hipótese.
A representação dos empregados também apontou inconsistências no relatório atuarial elaborado pela consultoria contratada pela Caixa, que não considerou as contratações previstas pelo concurso público em andamento e os efeitos do PDV (Plano de Demissão Voluntária) e cobrou sua revisão e a disponibilização dos dados primários, para análise por consultoria contratada pela representação dos empregados.