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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Bancários e bancárias do Estado do Rio de Janeiro participaram neste sábado, 4 de maio, dos encontros da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e de bancos privados. Os eventos, que aconteceram em três locais distintos – auditório do Sindicato (Caixa), AABB-Tijuca (Banco do Brasil) e Sede Campestre do Sindicato, em Jacarepaguá (privados) – foram organizados pela Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro).
Apesar de não terem caráter deliberativos, os encontros são relevantes para os debates sobre os principais problemas e desafios específicos em cada banco e gerais da categoria bancária e de todos os trabalhadores do ramo financeiro.
Prioridades em 2024
A Conferência Estadual dos bancários e bancárias será realizada no dia 18 de maio. A presidenta da Federa-RJ, Adriana Nalesso, lembrou que os encontros estaduais e a Consulta Nacional, são os primeiros passos para a categoria participar da Campanha Nacional 2024, em que será definida a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e falou dos desafios dos bancários e bancárias.
“Um dos desafios que temos é em relação ao emprego, pois vivemos um momento de intensas transformações tecnológicas que têm impactado nos empregos da categoria. Por isso, ter em nossa Convenção Coletiva a representação para todos os trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro, como de bancos digitais e fintechs e discutir as formas de contratação é fundamental”, destacou.
A questão do adoecimento dos bancários é outra prioridade que foi debatida nos encontros estaduais e estará também na pauta da Conferência Estadual do dia 18 e na Conferência Nacional, que acontece nos dias 7, 8 e 9 de junho deste ano, em São Paulo.
“A saúde dos bancários tem sido muito impactada com o modelo de imposição de metas desumanas, como demonstrou a pesquisa feita pelo Sindicato da Capital Federal com a Universidade de Brasília (UNB). A construção da luta é coletiva, por isso contamos com a participação de toda a categoria nessa campanha 2024 para superarmos estes desafios”, completou Adriana.
Os eventos contaram ainda com uma apresentação da atual conjuntura econômica e do emprego bancário feita pela economista e técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Vivian Machado, que mostrou, além do crescimento das demissões nos bancos privados, causadas pelo fechamento de agências físicas, a redução na contratação de bancários cobertos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e, em contrapartida, o aumento exponencial de admissão de trabalhadores terceirizados e TIs (Técnicos da Informação).
O movimento sindical denuncia, inclusive, casos de contratação fraudulenta, como é o caso do Santander, que tem transferido empregados bancários para novos contratos, em empresas terceirizadas do próprio grupo espanhol, levando estes empregados a perderem os direitos previstos na CCT.
Este ano, a categoria decidirá sobre a renovação da Convenção Coletiva, que precisa garantir ainda aumento real de salários, com a recuperação do poder de compra dos bancários, bem como mais PLR e aumento nos tíquetes, melhores condições de saúde e de trabalho e igualdade de oportunidades e de salários nas questões raciais e de gênero,
Bancos públicos
Os bancários debateram também a necessidade de fortalecimento dos bancos públicos. No encontro da Caixa, temas como a vitória da revogação da CGPAR 42 e a necessidade de avançar ainda mais no novo texto da CGPAR 52, que afeta todos os trabalhadores de estatais, estiveram na pauta. Estes debatem estão diretamente relacionados äs demandas do Saúde Caixa. A realização de mais concursos públicos para contratações na Caixa e no BB também são temas cruciais, em função do aumento da sobrecarga de trabalho.
No setor público ocorre também o fechamento de agências físicas, levando funcionários a serem transferidos para locais ainda mais longe de suas residências.
Metas, planos de gratificações, teletrabalho e critérios de promoção, além de temas específicos dos fundos de pensão (Funcef e Previ) também continuarão a serem debatidos durante a campanha deste ano.
Na Caixa, os sindicatos repudiam a transferência das lotéricas e do setor de cartões de crédito para subsidiárias da estatal, o que consideram um fatiamento para facilitar uma futura privatização da empresa.
No BB ainda há questões como a tentativa de acabar com os caixas executivos, o desmonte da PSO (Plataforma de Suporte Operacional), as distorções na GDP (Gestão de Desempenho Profissional) . a falta de transparência na PDG (Programa de Desempenho Gratificado), as dificuldades de ascensão profissional, os problemas no programa “Conexão” e a redução do protagonismo do papel social do banco, entre outros temas.
“Contamos com a participação de toda a categoria nesta campanha nacional. É com a mobilização dos bancários e bancárias que vamos avançar na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e nos acordos coletivos. A Consulta Nacional está disponível em nosso site e é também um importante meio de participação”, disse o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira.
Próximos passos da campanha
• A Consulta Nacional continua e vai até 27 de maio
• 18 de maio: Conferência Estadual dos Bancários
• 4, 5 e 6 de junho: congressos nacionais do BB e da Caixa
• 6 de junho: Encontro Nacional de Bancos Privados
• 7, 8 e 9 de junho: Conferência Nacional dos Bancários