Sexta, 26 Abril 2024 14:46

Ampliação da isenção do IR é bandeira de luta dos sindicatos no 1⁰ de Maio

Centrais sindicais defendem tributação sobre os mais ricos e os lucros e dividendos para que pobres e a classe média paguem menos impostos

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da CUT

O Brasil possui um dos modelos tributários mais injustos do mundo. Ao contrário das nações mais desenvolvidas, por aqui a tributação é regressiva, ou seja, os pobres e a classe média pagam proporcionalmente mais impostos do que os super-ricos. Isto acontece porque o país não tributa as grandes fortunas e nem os lucros e dividendos, e os impostos recaem mais sobre o consumo das famílias e os salários dos trabalhadores. 

Para mudar isso é necessário uma mobilização da sociedade a fim de incluir, na reforma tributária proposta pelo governo Lula, uma tributação justa e progressiva. 

"Não é possível que o Brasil continue a ser a única entre as grandes economias do mundo que não tributa lucros e dividendos, grandes heranças e fortunas. Nesta primeira etapa, o projeto de reforma tributária do governo visa simplificar o sistema e reduzir os impostos sobre a cesta básica e os remédios. Mas é preciso avançar mais e, numa segunda etapa, tributar os mais ricos para aliviar o trabalhador médio e os mais pobres, priorizando a produção e o trabalho", disse a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.  

Ato do 1⁰ de Maio

Neste 1º de maio - próxima quarta-feira - uma das bandeiras de luta da CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e demais centrais é a correção da tabela do imposto de renda, para que quem ganha até R$ 5 mil por mês seja isento da contribuição. 

"Esta proposta é uma promessa de campanha feita pelo presidente Lula, mas há toda uma pressão das elites para que as grandes fortunas e o setor especulativo não sejam tributados, o que pode inviabilizar a correção do IR. Estaremos nas ruas na próxima quarta-feira defendendo esta e outras bandeiras para criarmos uma nação justa", acrescentou Kátia. 

Correção gradual 

O teto de isenção estava congelado em R$ 1.903,98 desde 2015.  Somente em 2023, com Lula na presidência é que a tabela voltou a ser corrigida para R$ 2.640,00, e em fevereiro deste ano saltou para R$ 2.824,00, o que segundo o governo federal beneficiará mais de 35 milhões de brasileiras e brasileiros, com uma maior progressividade da tabela.

"Ainda há uma defasagem grande. Precisamos ampliar a isenção do Imposto de Renda de pessoas físicas ", destacou a sindicalista. O movimento sindical quer a isenção para quem ganha até R$5 mil até 2025. 

Apesar das restrições econômicas das contas do governo, o que dificulta s ampliação da isenção, o secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo, destaca que a cobrança de menos impostos para quem ganha até R$ 5 mil deixará mais recursos na mão do trabalhador, que sofre com os baixos salários existentes no Brasil.

“Mais recursos nas mãos do trabalhador geram melhoria na sua condição de aquisição de bens, de produtos e tudo mais, e permite, obviamente, o acesso a mais alimentos, a mais serviços, fazendo com que a economia gire mais no sentido de consumo, porque quem faz a economia girar no comércio, no serviço são justamente aqueles que recebem salários mais baixos”, avalia Ariovaldo. 

Manifestação no Rio 

No Rio de Janeiro, a manifestação do 1⁰ de Maio será na Praça de Madureira Mestre Monarco, em frente ao portão 1, a partir das 10 horas. Haverá shows com os grupos Clareou e Fundo de Quintal.

"Convidamos toda a categoria bancária a participar deste ato. Temas que afetam diretamente bancários e bancárias, como a ampliação da isenção tributária, inclusive sobre a PLR,  estarão na pauta das manifestações deste ano", explica o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira.

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