Quarta, 10 Abril 2024 18:43

Ação pessoal de Jair Bolsonaro levou PL a fechar posição em favor de libertação do acusado de matar Marielle

Apesar da posição do PL, plenário da Câmara dos Deputados aprova manutenção da prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ)
Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ): um parlamentar inexpressivo, mas figura emblemática como acusado de matar Marielle Franco Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ): um parlamentar inexpressivo, mas figura emblemática como acusado de matar Marielle Franco Foto: Divulgação

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

O Partido Liberal (PL) fechou posição contra a manutenção da prisão e pela libertação do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ). O parlamentar é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Foram presos também, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa.

Apesar da posição do Partido Liberal (PL), a Câmara dos Deputados aprovou, em plenário,  a manutenção de Chiquinho Brazão na prisão, com 277 votos em favor desta posição,  129 votos contra, além de 28 abstenções.  

O Conselho de Ética da Câmara abriu ainda processo para ceassar o mandato do parlamentar acusado, o que o faria perder o foro privilegiado. 

A mão de Bolsonaro 

A posição do partido em favor do possível mandante da execução de Marielle e de seu motorista tem haver com a pressão pessoal feita pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já havia aprovado, também nesta quarta-feira (11), por 39 a 25 votos, a manutenção da prisão do parlamentar acusado. A sessão durou mais de cinco horas e teve discursos a favor e contra Chiquinho Brazão.  

Posição constrangedora 

Senadores do PL tentaram uma reunião com Bolsonaro e o presidente da sigla, o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto - que já foi preso por envolvimento no escândalo do mensalão e por porte ilegal de armas - para tentar rever a posição do PL, considerada por alguns parlamentares como constrangedora junto ao eleitorado, cuja maioria não gostava das posições políticas de Marielle, mas não concorda com o assassinato da parlamentar do PSOL. 

Há quem tenha estranhado a postura radical de Bolsonaro em defesa de Chiquinho Brazão e considere que ela seja fruto do medo de que, abandonado, o parlamentar preso pudesse abrir a boca e envolver mais gente no caso, inclusive a clã Bolsonaro.

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