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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O Brasil tem um dos maiores juros do planeta. O presidente Lula tem reclamado com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que a tímida queda dos juros no Brasil impede a retomada sustentável do desenvolvimento, a geração de emprego e o poder de compra das famílias.
Desde fevereiro de 2021, quando o projeto do ex-ministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, criou a chamada “autonomia” do Banco Central, a instituição, e não mais o governo tem a ingerência sobre a política cambial e de juros básicos (Selic). O atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi indicado por Guedes e seu mandato termina este ano.
“Esperamos que o governo indique um economista que não tenha compromisso com o cartel dos bancos. Os juros altos impedem o Brasil de dar um salto na retomada do crescimento econômico. Ninguém suporta mais esta situação”, criticou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
No acumulado em 12 meses, o déficit nominal, que inclui o pagamento dos juros da dívida da União ao banco somou R$1,015 trilhão, que representa cerca de 9,24% do PIB (Produto Interno Bruto). Em fevereiro, o governo, na verdade o povo brasileiro, pagou R$65,2 bilhões em juros, acima dos R$64,2 bi do mesmo período de 2023. No acumulado de 12 meses até fevereiro de 2024, o gasto com juros foi quase R$90 bilhões a mais que os R$659,1 bi do mesmo período do ano passado.
“Aí vem a mídia e diz que o Brasil tem que fazer uma nova reforma da Previdência Social, sempre no lombo do trabalhador. O país tem é que parar de pagar este absurdo de juros aos bancos e começar a taxar as grandes fortunas para equilibrar as contas e garantir desenvolvimento econômico com justiça social”, conclui Kátia.