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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
“O Dia Internacional da Mulher é uma data para comemorar as conquistas até aqui obtidas por nós e de reflexão sobre a necessidade de cobrar por direitos iguais e pelo fim da violência contra a mulher”. A afirmação foi feita pela vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Kátia Branco, durante visita da diretoria da entidade sindical às bancárias, nesta sexta-feira, 8 de março, nas agências da Avenida Rio Branco e Rua da Assembleia.
Durante a homenagem – da qual participaram, além das dirigentes do Sindicato, também o seu presidente, José Ferreira e o diretor da Secretaria de Cultura, Gilberto Leal – as bancárias receberam de presente uma sacola com os dizeres “Lute como uma bancária”. O objetivo é reforçar que as conquistas alcançadas pela categoria contaram com a participação decisiva das bancárias.
Passeata
Após a caravana, a partir das 17 horas, as dirigentes bancárias participaram do ato público na Candelária, seguido de passeata até a Cinelândia. Kátia lembrou que um dos problemas enfrentado pelas mulheres é a diferença de tratamento no mercado de trabalho. Citou dados da pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostrando que seguem tendo os menores salários, maiores dificuldades de crescimento profissional, além de maioria entre os desempregados.
Adriana Nalesso, diretora da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato e presidenta da Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) citou dados da violência contra a mulher e lembrou do canal de denúncias voltado para as mulheres, o Basta!, no site do Sindicato (www.bancariosrio.org.br). Frisou que de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) o Brasil teve aumento de 1,6% nos casos de feminicídio registrados em 2023 em comparação com o ano anterior. Foram 1.463 vítimas de feminicídio ao longo de 2023, o maior número registrado desde que a lei foi criada, em 2015.
A diretora do Sindicato, Jô Araújo, enfatizou que o Dia Internacional da Mulher não é voltado simplesmente a homenagens triviais, mas um convite à reflexão sobre como as mulheres são tratadas, em casa e no trabalho. “Estudos comprovam que ainda hoje as mulheres sofrem com a desigualdade no mercado de trabalho em relação aos homens”, afirmou.
Estudo mostra discriminação
Segundo o levantamento do Dieese o rendimento médio das mulheres (R$ 2.562), registrado no último trimestre de 2023, foi 22,3% menor do que o recebido pelos homens (R$ 3.323). Do total de mulheres ocupadas no país, 39,9% recebiam até um salário-mínimo. Entre as negras, praticamente metade (49,4%) ganhavam até um salário-mínimo, contra 29,1% entre as não negras. Já entre os homens, 29,8% ganhavam até um salário-mínimo.
A diferença salarial entre homens e mulheres observada foi mais aprofundada com o aumento do grau de escolaridade. Entre as pessoas que terminaram o ensino superior, mulheres ganhavam em média 35,5% (R$ 4.701) do que os homens (R$ 7.283).
O preconceito e desigualdade entre homens e mulheres se repetiu nos cargos de liderança: quatro a cada 10 pessoas (39,6%) ocupadas como diretoras ou gerentes, no 4º trimestre de 2023, eram mulheres. O salário médio delas foi 29,5% (R$ 5.900) menor ao recebido pelos homens que ocupavam a mesma função (R$ 8.363).