Segunda, 05 Fevereiro 2024 19:14
A CONTA CHEGOU

Crise no fornecimento de luz e água no Rio tem nome: privatização

Protestos contra a privatização da Cedae feita pelo governador Claudio Castro (PL):  a população das favelas foi contra Protestos contra a privatização da Cedae feita pelo governador Claudio Castro (PL): a população das favelas foi contra

O estado do Rio de Janeiro, especialmente a capital e toda a Região Metropolitana, vive atualmente umas de suas mais graves crises no fornecimento de luz e de água para a população. O problema que atinge milhões de pessoas, prejudicando a população e comerciantes não é um mero acaso e tem uma explicação que a grande mídia faz um esforço para esconder: o fracasso da privatização dos serviços, que eleva os preços das tarifas sem entregar as melhorias dos serviços prometidas.

Ilha sem luz

Os moradores da Ilha do Governador têm passado um perrengue com a falta de luz, o que levou a Justiça e exigir da Light privatizada na sexta-feira passada (2), o restabelecimento da normalidade em 24 horas.
A decisão, que atende a uma ação civil da Defensoria Pública do Estado, também determinou a apresentação de um plano de ação, com cronograma completo e garantia de participação popular e de órgãos públicos nas medidas a serem implementadas, além de prestação de informações sobre os consumidores afetados desde o dia 12 de janeiro de 2024.

Falta água

Já a Cedae, também privatizada, sob concessão da Águas do Rio, tem sido alvo de reclamações da população em várias regiões, como bairros da Zona Oeste, Barra da Tijuca e Baixada Fluminense. Em São Gonçalo, moradores denunciam que a concessionária gasta uma fortuna patrocinando o “Festival Sesce 2024, NA Arena São Gonçalo, em Alcântara, mas a água não chega nas torneiras de milhares de famílias da região. Moradores da Praia dos Amores, na Barra da Tijuca, também são vítimas dos péssimos serviços prestados pela concessionária. Já moradores da Zona Sul reclamam do aumento absurdo nos valores das tarifas. Em São Conrado, área nobre do Rio, os consumidores disseram que a elevação das tarifas ocorreu após a Águas do Rio trocar os hidrômetros nas residências e condomínios.
“Essa crise de abastecimento de água e fornecimento de energia elétrica no Rio tem nome: privatização. As promessas de melhorias nos serviços nunca são cumpridas e governadores entregam estes setores para a iniciativa privada para meia dúzia de empresários encherem o bolso de dinheiro. Nos EUA, Alemanha, França e Reino Unido, os serviços de água e esgoto, por exemplo, estão sendo reestatizados pelas mesmas razões, que é o fracasso das privatizações destes setores. Na Europa, quase 300 cidades reestatizaram os serviços de água e esgoto que haviam sido privatizados”, afirma a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
A última grande obra para abastecimento de água da Cedae foi feita quando a empresa ainda era 100% pública, nos anos 90. Ao perceber que a estação de tratamento do Guandu, localizado junto às divisas de Itaguaí e Nova Iguaçu, abasteciam somente áreas mais ricas da cidade, como Zona Sul e Tijuca, o então governador Leonel Brizola duplicou a capacidade de fornecimento de água da estação, priorizando regiões mais pobres do Rio, como bairros da Zona Oeste, na capital, e a Baixada Fluminense.

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