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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Os trabalhadores argentinos fazem hoje (24 de janeiro) o primeiro grande protesto nacional contra o governo de extrema-direita de Javier Milei, com uma ampla greve geral que paralisa desde bancos até transportes públicos. Como dizem os portenhos, o ‘paro general’ é contra as medidas antipopulares duríssimas de Milei, algumas já baixadas por decreto, cortando direitos trabalhistas, congelando salários, facilitando demissões no setor privado, eliminando reajustes de aposentados e pensionistas.
Milei também enviou ao Congresso o que chamou de “Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos”, conhecida como a “Lei Ômnibus". O projeto dá ao presidente poderes de ditador declarando estado de emergência pública para revogar ou implantar mudanças a seu bel prazer nas áreas econômica, financeira, fiscal, de segurança e defesa até dezembro de 2025, podendo ser prorrogada por mais dois anos, abrangendo todo o seu mandato. O projeto garante ainda a Javier Milei o direito de promover todo o tipo de mudança nas regras relativas ao mercado de trabalho, planos de saúde, aluguéis e privatização de empresas estatais, entre outras.
Aumentar a pobreza e o lucro
A greve geral é coordenada pela poderosa Confederação Geral do Trabalho (CGT) que já havia recorrido aos tribunais contra as medidas postas em prática pelo presidente extremista. As companhias aéreas locais e as estrangeiras, desde a véspera, inclusive as brasileiras, foram obrigadas a cancelar voos.
“Milei quer um país onde a pobreza e o trabalho informal cheguem a 90%”, disse Hugo Yasky, sindicalista e deputado de oposição, à rádio local Con Vos. “Não existe criação de empregos, o que existe é miséria generalizada, desespero das pessoas, não existem medidas para mitigar os danos que estão causando”, acrescentou.
Centrais sindicais, e outras grandes organizações por todo o mundo vêm prestando solidariedade à greve geral argentina. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) realizará um ato contra Javier Milei, nesta quarta-feira (24/1) em frente à Embaixada da Argentina no Brasil, em Brasília. A mobilização é em apoio à luta dos argentinos que farão a greve geral no mesmo dia contra o corte de inúmeros direitos proposto pelo presidente de extrema-direita, uma espécie de Bolsonaro portenho.
Perseguição à oposição
Como sempre acontece com governos autoritários, a Previdência Social também está na mira do novo governo. Milei quer ter todas as prerrogativas para lidar com as aposentadorias de acordo com seus critérios. Ao mesmo tempo, atua para cercear o direito à manifestação e à oposição, com ameaças de prisão, descontos salariais e até suspensão de benefícios sociais de quem protestar contra o governo, além de multas pesadas às entidades organizadoras.
O presidente de extrema-direita, impôs, ainda, pesados aumentos dos chamados preços administrados – como energia elétrica, gás, gasolina, logo no começo de sua gestão – em mais de 30%; além disto, alterou a lei do inquilinato, permitindo aos senhorios despejar inquilinos sem que para isto precisem apresentar qualquer motivo.
Principais ataques aos trabalhadores
Poderes sem limites ao presidente para mudanças em toda a economia, mercado de trabalho e planos de saúde
Congelamento salarial
Demissão de servidores públicos
Mudanças para facilitar demissões no setor privado
Retirada de direitos de trabalhadores do setor privado
Fim dos reajustes para aposentados
Privatizações
Autoritarismo e repressão aos opositores do governo
Desvalorização da moeda
Disparada dos preços de alimentos e transporte público
Reforma da Previdência, entre outros.