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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O sistema capitalista vive da acumulação da riqueza, os muito ricos cada vez mais ficam mais ricos, concentrando a renda a cada dia, e, como consequência aumenta a pobreza e a miséria. Como os governos em quase todo o mundo trabalham para estes bilionários, eles aumentam suas fortunas.
Relatório da Desigualdade S.A., da Oxfam (Comitê de Oxford para o Alívio da Fome), mostrou que a riqueza dos cinco mais ricos do mundo mais que dobrou (114%), desde 2020, enquanto quase cinco bilhões de pessoas, o correspondente a 60% da humanidade, ficaram mais pobres no período. O documento foi divulgado no último domingo (14), no início do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O estudo intitulado “Desigualdade S.A. – Como o poder corporativo divide nosso mundo e a necessidade de uma nova era de ação pública” apresenta informações sobre desigualdade e riqueza globais.
A fortuna destes bilionários passou de US$ 405 bilhões para US$ 869 bilhões, ou seja, cresceram US$ 14 milhões por hora. Segundo o relatório, seguindo esse ritmo, o mundo terá seu primeiro trilionário em uma década, para a alegria dos que celebram a riqueza alheia, mas a pobreza não será erradicada nos próximos 229 anos.
De acordo com a Oxfam, 791 milhões de trabalhadores viram seus salários ficarem abaixo da inflação e perderam US$ 1,5 trilhão nos últimos dois anos, o equivalente a 25 dias de salários perdidos para cada pessoa.
Brasil: maior desigualdade
Analisando a concentração de riqueza no Brasil, a Oxfam aponta que quatro dos cinco brasileiros mais ricos tiveram um aumento de 51% em sua fortuna desde 2020. Ao mesmo tempo, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres. A pessoa mais rica concentra riqueza equivalente a 107 milhões, ou seja, mais da metade do país.
No país, segundo o relatório, o 1% mais rico detém 60% dos ativos financeiros do país. Considerando que o 1% mais rico do mundo concentra 43% dos ativos financeiros globais, sendo 47% na Europa, 48% no Oriente Médio e 50% na Ásia, a desigualdade brasileira continua uma das piores do planeta.
A primeira etapa da Reforma Tributária aprovada pelo Congresso obriga o governo Lula a apresentar um projeto de mudança no imposto de renda em até 180 dias da promulgação da emenda constitucional. O que pode ajudar a reduzir a desigualdade social ao taxar de forma progressiva os super-ricos.