Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o Ministério da Igualdade Racial abriram no último dia 4 de dezembro (segunda-feira), a primeira seleção do Caminhos Amefricanos do Programa de Intercâmbios Sul-Sul. 

A proposta do intercâmbio é levar até 50 estudantes quilombolas ou autodeclarados pretos ou pardos, de cursos de licenciaturas a partir do 5° semestre e vinculados a Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas ou grupos correlatos, para intercâmbio de 15 dias na Universidade Pedagógica de Maputo (UP – Maputo), em Moçambique. 

"Este programa atende parte das reivindicações do movimento negro de o Brasil ampliar investimentos em pesquisa e formação acadêmica para que as escolas públicas brasileiras ensinem a história e a cultura do povo negro e sua relevância na formação da identidade nacional e do processo civilizatório brasileiro", disse o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar. 

"Negros e negras construíram este país, em todos os campos e áreas de atividade e de conhecimento,  mas ainda hoje estão à margem da história oficial e dos direitos da cidadania plena e da igualdade de oportunidades ", acrescentou Almir

Como se candidatar 

As candidaturas devem ser apresentadas até às 17h do dia 4 de janeiro de 2024 pelo Sistema de Inscrições da CAPES (Sicapes).  

"Esta iniciativa é uma importante contribuição no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial no Brasil, através do resgate da história do povo preto que foi escondida e desprezada pelas elites brancas durante séculos ", ressaltou Almir. 

Curso online e estadia

Antes de partir para a estadia de duas semanas no país africano, os alunos farão um curso on-line de 40 horas sobre História e Cultura Afro-brasileira e Moçambicana. 

O trabalho acadêmico 

Os participantes deverão elaborar um relatório das atividades executadas na UP – Maputo. O documento deverá ser apresentado, bem como um artigo, evento acadêmico ou relato da experiência decorrente da participação no Programa.

Investimento público 

O apoio financeiro será de responsabilidade do Ministério da Igualdade Racial. Cada estudante receberá R$10.500,00 para diárias, R$13.172,00 para passagens aéreas, R$520,75 de auxílio seguro-saúde, R$257,25 para ajudar na emissão de passaporte e R$250,00 para emissão de visto de entrada em Moçambique. 

Troca de conhecimento 

O Programa Caminhos Amefricano Programa de Intercâmbios Sul-Sul vai estimular a troca de conhecimentos, experiências e políticas públicas que contribuam para o combate do racismo e para a educação das relações étnico-raciais a partir da cooperação acadêmica entre instituições de ensino superior e incentivo a pesquisas e ao desenvolvimento científico e tecnológico para a promoção da igualdade racial. Além disso, a ação fortalecerá a formação inicial e continuada de educadores na perspectiva da Educação das Relações Étnico-Raciais.