Segunda, 11 Dezembro 2023 20:33

Comemore os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

 Terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o Brasil  ainda tem mais de 70 milhões de pessoas passando fome Terceiro maior produtor de alimentos do mundo, o Brasil ainda tem mais de 70 milhões de pessoas passando fome Foto: Marcello Casal/Ag. Brasil

Em tempos de ódio e desprezo pela vida humana, pela cidadania e os direitos humanos, no cotidiano e nas redes socais, nada melhor do que comemorar os 75 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos, completado no último domingo (10). Apesar de passado mais de sete décadas do documento, o mundo está longe de atingir seus objetivos. Guerras, violações de direitos básicos, como à alimentação, habitação e à vida são desrespeitados diariamente em todo o planeta.

Fome no Brasil

No Brasil, 70,3 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar, ou seja, não sabem se conseguirão comer até o final do dia. O Brasil é o terceiro maior exportador de alimentos agrícolas do mundo (mais de US$ 148 bilhões por ano). O AgroNegócio faturou em 2022, R$ 1,189 trilhão. Em julho de 2023, o governo federal anunciou o Plano Safra com investimento público de R$ 364,22 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. O crédito vai apoiar grandes produtores rurais e produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).
Apesar de o Agro acumular tanto dinheiro, mais de 70% do alimento que chega à mesa dos brasileiros vem do pequeno agricultor e criador de gado. No mundo, há cerca de 735 milhões de pessoas passando fome.

Mulheres e negros

No Brasil, a Declaração é incorporada à Legislação na Constituição Federal de 1988, prevendo a garantia para todas as pessoas os direitos à educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, entre outros. Mas, na prática, o país está longe de respeitar os direitos humanos. Um exemplo é a violência contra negros e mulheres.
Em relação ao assassinato de jovens negros pela polícia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, uma média de 17 pessoas foram mortas por dia, um total de 6.429 mortes. Deste número, 83,1% eram homens negros
Também no ano passado, segundo dados do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher foi morta a cada seis horas em média, chegando a marca de 1.437 feminicídios no ano, isto sem falar nos casos não registrados oficialmente.

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