Sexta, 08 Dezembro 2023 15:22

Categoria bancária participa de Cúpula Social do Mercosul

Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT defende inserção de negros e indígenas nos debates dos países do continente
Almir Aguiar cobrou dos países do Mercosul medidas de combate à discriminação contra negros e indígenas Almir Aguiar cobrou dos países do Mercosul medidas de combate à discriminação contra negros e indígenas Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Foi realizada nos dias 4 e 5 de dezembro,  no Rio de Janeiro,  a Cúpula Social do Mercosul. O encontro antecedeu a abertura da reunião dos presidentes dos países-membros participantes do bloco Continental, que aconteceu na última quinta-feira (7). 

O evento, que promove a participação da sociedade civil nas decisões do bloco, foi retomado depois de sete anos de interrupção e contou com a participação do secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar. 

Na abertura, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que o evento representa “trocas entre governo e sociedade que consolidam o processo de integração e o caráter regional que são vitais para Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e demais nações do bloco econômico, com populações que vivenciam desafios e necessidades similares". 

Temas debatidos

No encontro da sociedade civil foram debatidos temas como as desigualdades sociais, mudanças climáticas, condições trabalhistas, direitos humanos e cidadania, enfrentamento à fome e à pobreza e e o fortalecimento social no continente. 

"As entidades da sociedade civil precisam se unir pela causa do salário igual para trabalho igual, sem qualquer discriminação, seja de gênero, raça, orientação sexual ou credo religioso. Para superarmos estes desafios é necessário  a participação dos movimentos sindical e social nas decisões do Mercosul", ressaltou Almir.

Inserção da população negra

O dirigente sindical defendeu ainda a inserção da população afrodescendente como ponto fundamental dos debates, pois o povo negro é o mais discriminado no mercado de trabalho e na sociedade como um todo. 

"Em todos os países do Mercosul há população negra, e temos que criar condições para diminuir essas desigualdades”, disse, defendendo também o combate à discriminação contra os povos indígenas. 

"O Mercosul deve trabalhar para criar um fundo de combate ao racismo e de proteção aos povos indígenas, por exemplo”, defendeu. Para reduzir a pobreza, Almir disse que "o Mercosul deve atuar na implementação mais célere de políticas de estado nos vários países, como é o caso da reforma agrária, para que o pequeno agricultor não seja mais retirado do seu habitat em função do agronegócio”.

Solidariedade aos argentinos 

O secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT falou do momento difícil enfrentado pelos trabalhadores argentinos e prestou solidariedade ao povo vizinho.

"O momento é de união das forças progressistas do continente em solidariedade ao trabalhador argentino, diante das ameaças do presidente eleito, que vem prometendo ataques ao povo e à classe trabalhadora”, acrescentou. 

Retomada da Cúpula Social 

A retomada da Cúpula Social, em formato presencial, que estava suspensa desde 2016, foi iniciativa do Brasil, que está na presidência rotativa do Mercosul desde julho de 2023. Os encontros do bloco econômico regional estão ocorrendo no Museu do Amanhã e no Museu de Arte, ambos do Rio de Janeiro.

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi instituído formalmente em 1991 para a integração regional, formado inicialmente por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Nas décadas seguintes ingressaram no bloco Venezuela e Bolívia. Desde 2017, porém, a Venezuela está suspensa pelo descumprimento de cláusulas democráticas. Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname são países associados.

Mídia