Quarta, 06 Dezembro 2023 16:25
LIÇÃO NÃO APRENDIDA

Educação brasileira continua patinando em números, letras e ciências

O Brasil continua patinando na educação. O primeiro passo para mudar é implementar a escola pública em horário integral de qualidade para todas as crianças, como foi o projeto dos CIEPs no Rio  O Brasil continua patinando na educação. O primeiro passo para mudar é implementar a escola pública em horário integral de qualidade para todas as crianças, como foi o projeto dos CIEPs no Rio

Imprensa SeebRio

O mundo inteiro, até mesmo as nações ricas, tiveram uma piora no desempenho escolar de crianças, adolescentes e jovens muito em função da pandemia da covid-19. Mas no ranking global, o Brasil continua sendo um destaque negativo, ficando entre os 20 piores em Matemática e Leitura e entre os 30 piores em Ciências. Os números são do Pisa – sigla em inglês do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. 

Dos 14 mil alunos brasileiros da faixa de 15 anos de idade avaliados, por exemplo, três em cada quatro ficaram no patamar mais baixo em Matemática, tradicionalmente um dos calcanhares de Aquiles do ensino no país: 73% de nossos estudantes não sabem nem o básico nas exatas (2022), ou seja, ainda pior do que em 2018, quando 68% dos estudantes não atingiu um nível mínimo na aprendizagem. O Brasil foi pior que países como Colômbia, Costa Rica e Arábia Saudita.

Os melhores e os piores

Em Leitura e Ciências, metade dos nossos alunos ficou no pior nível. Na primeira matéria, os melhores foram, pela ordem, Cingapura, Irlanda, Japão e Coreia do Sul. Já os piores foram Camboja, Uzbequistão, Marrocos e Jordânia.

Em Ciências lideram positivamente, Cingapura, Japão, Macau (China) e Taipé Chinesa. Já os piores desempenhos foram Camboja, Uzbequistão, Filipinas e Kosovo.

No Ranking em matemática, se destacam, mais uma vez Cingapura, Macau (China), Taipe Chinesa e Hong Kong (China). Os piores foram Camboja, Paraguai, República Dominicana e El Salvador.

O mau desempenho brasileiro percorre todos os governos nos últimos anos, com variação ruim na média e altos e baixos no histórico geral, passando pelos governos Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma, Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Educação integral

Ante o péssimo desempenho do Brasil, o ministro da Educação Camilo Santana, defendeu a redução de cursos à distância na formação de docentes e disse que todos os cursos de licenciatura 100% à distância serão extintos. Camilo faz parte de uma leva de governadores cearenses que traz algumas das melhores experiências educacionais do país.

O primeiro passo para dar uma guinada educacional pode estar na busca das melhores experiências domésticas, em municípios e estados do próprio país, sempre com a educação em horário integral de qualidade, que precisa ser em todas as escolas públicas.

O Brasil está atrasado décadas na educação. E como dizia Leonel Brizola, o político que mais investiu em educação quando governou o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul: “desenvolvimento sem educação é gerar riquezas para poucos”.

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