Segunda, 27 Novembro 2023 18:42

Negociações do Saúde Caixa avançam e Comando indica aprovação da proposta

Pressão de empregados e sindicatos foi fundamental para melhorias na proposta da empresa. Assembleia para deliberação será no dia 5 de dezembro
Sérgio Amorim (segundo à esquerda) e José Ferreira (ao fundo) participaram da reunião do Comando com a direção do banco, em Brasília Sérgio Amorim (segundo à esquerda) e José Ferreira (ao fundo) participaram da reunião do Comando com a direção do banco, em Brasília

A representação dos empregados da Caixa, formada pelo Comando Nacional dos Bancários e a Comissão Executiva dos Empregados (CEE), e o banco voltaram a se reunir na quarta-feira (22). Depois de longas rodadas de negociação nos últimos meses, a Caixa apresentou nova proposta para o acordo coletivo específico sobre o Saúde Caixa. A proposta mantém o percentual de contribuição dos titulares de 3,5% sobre a remuneração base, com valor fixo de R$ 480 por dependente. Atendendo a uma reivindicação da representação dos empregados, a Caixa reduziu o teto de 10%, previsto na proposta anterior, para 7% da remuneração. O teto de 7% é um dos menores, em comparação com outras estatais. Na Cassi (plano dos empregados do Banco do Brasil), por exemplo, o teto é 7,5%, com contribuição do titular de 4%, além de percentuais adicionais escalonados para dependentes.
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Princípios preservados

Atendendo reivindicações dos sindicatos, a Caixa preservou também os princípios do plano como a solidariedade e o pacto intergeracional, que não penaliza os empregados de menor salário e os mais idosos, além de equilibrar o custeio do plano para que seja sustentável para todos e impeça a saída de usuários.
Ficou acertado ainda que novas negociações serão realizadas, caso haja déficits, alteração no teto estatutário do banco de 6,5% no custeio do plano ou outras mudanças que impactam o acordo coletivo.

Mais conquistas

A representação obteve mais uma conquista, que há tempos é uma reivindicação dos usuários – a volta dos Comitês Regionais de Credenciamento e Descredenciamento, com participação dos sindicatos, além da recriação das Gipes (Gerências de Filial de Gestão de Pessoas) já em 2024. Segundo a Caixa, inicialmente serão cinco gerências, abrangendo diversos estados dentro de uma região. Além disso, serão recriadas as Repes, representações regionais vinculadas às Gipes, que atenderão os estados.

Déficit 2023 zerado

A Caixa projetou um déficit de R$ 422 milhões para 2023. Sem negociação, o efeito do déficit poderia impor aos empregados o pagamento de 4,5 contribuições extraordinárias para recomposição.
Com a negociação dos representantes dos empregados, o déficit será equacionado com as reservas técnicas e de contingência, com incremento da Caixa no valor de R$ 177 milhões referentes as despesas de pessoal retroativo a 2021. Isso também valerá para os anos seguintes. Com o recurso, ainda haverá uma sobra de R$ 40 milhões para ajudar no déficit de 2024, estimado em R$ 660 milhões.

Acesso aos dados

Outro avanço obtido pela representação dos trabalhadores para o acordo coletivo é o repasse periódico pelo banco dos dados primários, que são as informações financeiras e atuariais do plano. Estes dados são fundamentais para acompanhamento da situação geral do plano, possibilitando a realização de projeções atuariais do Saúde Caixa.

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