Quarta, 01 Novembro 2023 19:53

Mesmo com corte do BC Selic é a maior taxa básica do mundo

Taxa de juros dificulta o combate à pobreza no Brasil. Foto: Agência Brasil Taxa de juros dificulta o combate à pobreza no Brasil. Foto: Agência Brasil

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Imprensa SeebRio

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (1º) cortar em apenas 0,5 ponto percentual a taxa Selic, que passa agora a 12,25% ao ano. Ao comentar a decisão o economista Adhemar Mineiro, ex-integrante do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), disse que a decisão ainda é insuficiente. A taxa é a mais alta do mundo.

“Até porque a inflação vem baixando e, com isto, os juros reais, descontada a inflação, na verdade, vêm subindo. Para ter algum efeito significativo precisaria ter uma redução bem maior”, disse. Acrescentou que estas taxas afetam todo o país, através da transferência de renda para os grandes aplicadores financeiros, ao aumentar o déficit público.

Com o corte ainda muito pequeno, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juros reais do mundo. Segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram agora em 6,90%, no topo do ranking. Em seguida veio o México, com taxa real de 6,89%. O juro real é formado pela taxa de juros nominal do país subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.

Bancos

O corte vem em linha com o que querem os bancos, que já apostavam que a decisão de hoje fosse a mesma das duas reuniões anteriores, um corte de 0,5 ponto percentual, em concordância com o comunicado da última reunião finalizada em 20 de setembro.

No comunicado, o BC indicou que as próximas reuniões devem ter corte igual. O BC mantém a pressão para que o governo priorize o aperto fiscal, o que deve produzir novos cortes no Orçamento da União. O objetivo é gerar superávit primário, economizando dinheiro para o pagamento da dívida pública com os bancos única rubrica do orçamento que não sofre corte.

“Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, diz o texto do BC.

 

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