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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O grupo Santander tem usado países da América Latina como laboratório para implementar sua política de terceirização e demissões no processo de digitalização das operações financeiras do banco. O problema de extinção de agências físicas e dispensas em massa ocorre em todo o sistema financeiro privado, mas no Santander há o agravante da contratação fraudulenta de mão de obra, com a terceirização feita nas próprias empresas do grupo, o que levou a Justiça Trabalhista no Brasil a condenar o banco por mais de uma vez. As denúncias foram feitas no Fórum Sindical Internacional sobre a Digitalização Financeira, parte das atividades da Uni Global Union, que aconteceu na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, e que terminou no último sábado (28).
“O ataque do banco ocorre em toda América Latina, que está servindo de cobaia para o Santander implementar o processo de terceirização e demissões com o avanço das operações financeiras por via de aplicativos e da Inteligência Artificial”, denuncia o diretor do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados) Marcos Vicente, que participou do evento.
Os sindicalistas disseram que o mesmo processo já começa a acontecer também na Espanha, país de origem do banco e que o projeto está mais avançado no Brasil. Para Vicente, “a situação é pior nos países onde ocorreram reformas trabalhistas, como a realizada no Brasil no governo Michel Temer (MDB) e aprofundada no governo Jair Bolsonaro (PL)”.
O mais antissindical
Representantes de nove países latino-americanos – Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, México, Paraguai e Peru – trouxeram as experiências locais do impacto da revolução tecnológica sobre o mundo do trabalho.
O Santander, além de implementar terceirizações, demissões e retiradas de direitos em todo o mundo como fazem as demais instituições, foi apontado como o banco mais antissindical a nível global.
Finais de semana
Obrigar bancários a trabalhar nos finais de semana é um antigo sonho dos bancos privados no Brasil e o Santander já até tentou impor esta prática, barrada pelo movimento sindical. Na Argentina, esta já é uma realidade no teletrabalho, denunciou Amalia Castro, representante da La Bancária, da Argentina, denunciando que, para atingir as metas, os bancários trabalham aos finais de semana e feriados.