Quarta, 27 Setembro 2023 23:11

Movimento sindical cobra negociações para combater metas que adoecem bancários

Comando Nacional e COEs querem também ampliar debates sobre a reforma sindical e a tributária
A presidenta em exercício do Sindicato do Rio Kátia Branco participou da reunião do Comando Nacional dos Bancários. O combate às metas foi um dos temas prioritários A presidenta em exercício do Sindicato do Rio Kátia Branco participou da reunião do Comando Nacional dos Bancários. O combate às metas foi um dos temas prioritários Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

Atendendo reivindicação de sindicatos de todo o país, o Comando Nacional dos Bancários e as COEs (Comissões de Organização dos Empregados) realizaram nesta quarta-feira (27) uma reunião para definir estratégias de luta no combate às metas e cobrar negociações com os bancos sobre o tema. 

Categoria adoecida 

Os sindicalistas foram unânimes em defender o fortalecimento da campanha de combate às metas.

"A nossa categoria está adoecida e é uma das que mais sofre com doenças psíquicas e emocionais. Vamos intensificar a a nossa luta e a campanha "Menos Metas, Mais Saúde " e denunciar o que os bancos estão fazendo com os bancários,  impondo metas cada vez mais desumanas na base da pressão psicológica e do assédio moral", disse a presidenta em exercício do Sindicato do Rio Kátia Branco,  que participou do encontro. 

 "Os bancos estão descumprindo a cláusula 87 da Convenção Coletiva de Trabalho,  que prevê negociações sobre este tema, que foi.uma das prioridades aprovadas na 25ª Conferência Nacional dos Bancários. Vamos denunciar a gravidade deste problema à sociedade", acrescentou Kátia. 

Consulta Nacional

O resultado da Consulta Nacional 2023 confirma que as metas abusivas estão entre os problemas que mais preocupam a categoria: 68% respondeu que as metas trazem preocupação no trabalho; 61% disse que sente fadiga e cansaço e 52% se sentem desmotivados e não têm vontade de trabalhar. 

Nova pesquisa

Os sindicalistas aprovaram ainda a realização de uma nova pesquisa no mês de outubro sobre a saúde do trabalhador bancário,  que será organizada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) em parceria com o Departamento de Psicologia Social do Trabalho da Universidade de Brasília. O resultado da pesquisa servirá para a formulação de um relatório sobre a situação do adoecimento na categoria a fim de que sejam feitas ações para defender a saúde dos bancários e denunciar o adoecimento dos trabalhadores causado pela gestão de metas dos bancos. 

Reformas sindical e tributária 

Na reunião foi aprovada também a necessidade de novos debates sobre a reforma sindical e de mostrar à sociedade, a importância dos sindicatos na vida do trabalhador. 

A presidenta da Contraf-CUT,  Juvandia Moreira,  destacou que empresários e setores da mídia estão se aproveitando da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconhece a constitucionalidade da contribuição assistencial também para trabalhadores não-sindicalizados para atacar o movimento sindical e a organização de luta da classe trabalhadora.  

A reforma tributária também pautou a reunião e foi aprovada a continuidade da campanha da Contraf-CUT com textos e vídeos e que federações e sindicatos também deverão produzir cartilhas sobre o tema. O movimento sindical defende uma tributação progressiva,  em que os mais ricos paguem mais imposto, como ocorre em economias mais desenvolvidas, como nos EUA e na Europa.

"O Brasil tem uma das tributações mais injustas do mundo, onde o pobre e a classe média pagam, proporcionalmente,  mais impostos do que os super-ricos. Precisamos inverter esta lógica e começar a praticar justiça social a partir da política tributária ", concluiu Kátia. 

Os comitês de luta também vão contribuir para ampliar os debates sobre as reformas sindical e a tributária.  

 

 

 

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