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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Nesta quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve anunciar mudanças nas altas taxas de juros da economia brasileira (Selic). No mesmo dia, os trabalhadores farão protesto em todo o país pela redução dos juros, os mais altos do mundo. No Rio, a manifestação será em frente à sede do BC, na Avenida Presidente Vargas, 730.
A expectativa dos economistas é de uma queda de 0,5%. Com isso, a Selic passaria dos atuais 13,25% para 12,75%. Mas ainda é pouco. Trabalhadores e empresários do setor produtivo, como comércio e indústria cobram uma redução maior, já que o Brasil tem os juros reais mais altos do mundo (juros básicos menos a inflação), que estão em 6,68%, a frente do México (6,64%), Colômbia (6,15%) e Chile (4,60%).
“Todo o cenário está pronto para uma baixa substancial dos juros. Apesar da ligeira queda na última reunião do Copom, os juros ainda estão muito altos e impedem a retomada do crescimento do setor produtivo para gerar mais empregos e garantir um desenvolvimento sustentável do país. Se a direção do BC não baixar os juros é porque está descompromissada com o Brasil”, disse o vice-presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) Vinícius de Assumpção.
Tem que cair mais
Economistas de tendência desenvolvimentista, entretanto, avaliam que uma taxa básica de juros razoável deveria, pelo menos, estar no patamar de um dígito. Ladislau Dowbor, professor da PUC São Paulo, em entrevista ao site da Contraf-CUT, disse que uma taxa básica de juros “razoável para o país” seria de 6% a 5% (menos da metade da atual), o que daria em termos de juros reais 1,5% de lucro, como é praticada em países da Europa e pelos Estados Unidos.
“Os rentistas, que são uma minoria, ganham aqui no Brasil 8,5% de juros sem fazer nada, sem produzir nada. É um escândalo”, alertou. Já o economista Marcelo Manzano, professor da Unicamp, avalia que um patamar razoável para o juro real no país seria entre 3% e 5%. O prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, em entrevista à GloboNews, além de defender a taxação dos ricos também criticou os juros no Brasil que, segundo ele, impedem qualquer economia de ter um crescimento consistente.
Proteste contra os juros
Ato no Rio: em frente à sede do BC
Quarta-feira (20), às 12h
Av. Pres. Vargas, 730, Centro
Hashtag nas redes sociais: #JurosBaixosJá
(marcando @BancoCentralBR)