Sexta, 15 Setembro 2023 15:43

Baixa os juros, Campos Neto!

Preços da carne, óleo e vários itens baixam, crescimento do PIB supera expectativas e queda de juros é fundamental para recuperação econômica
Baixa os juros, Campos Neto! Imagem: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central se reúne na semana que vem para começar a definir a Selic, os juros básicos do país.

Além do consumidor ter percebido uma queda nos preços de itens importantes para a população, como a carne e o óleo de soja, os mercados sinalizam para uma gradativa recuperação econômica. O filé mignon, por exemplo, baixou 17%, a maior queda deste ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) teve uma alta de 0,9% no segundo trimestre deste ano, resultado acima do esperado pelos mercados, totalizando R$2,651 trilhões até o fim de julho. Com o resultado, o primeiro semestre do ano encerrou com crescimento de 3,7%, nível 7,4% acima do período pré-pandemia.

Novos tempos

O único setor que recuou foi o agronegócio, o que comprova que a economia não depende apenas das exportações de soja e carne. O setor de serviços puxou o crescimento e a indústria apresentou melhora, crescendo pelo segundo trimestre seguido, após ter recuado 0,2% nos últimos três meses de 2022, com o país ainda sob a gestão do então ministro da Economia, Paulo Guedes.

“Com sinais de recuperação e a proposta do governo de criar uma justiça tributária será fundamental a redução dos juros do país, os maiores do mundo, para garantirmos a recuperação econômica. Esperamos que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não venha com desculpas esfarrapadas para manter as atuais taxas e elevar os juros, nem pensar. Só mesmo uma retaliação política do representante do sistema financeiro no BC escolhido a dedo por Paulo Guedes para presidir a instituição responsável pela política monetária e de juros explicaria a não redução das taxas básicas neste momento”, explicou a presidenta em exercício do Sindicato dos Bancários do Rio Kátia Branco, que defendeu a mobilização dos trabalhadores e do setor produtivo para pressionar o Copom a reduzir os juros.  

 Governo defende queda

O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin (PSB) defendeu uma redução de pelo menos 0,5% na Selic.

“Mais do que reduzir meio ponto, o BC precisa indicar que os juros vão continuar caindo. Isso é fundamental”, disse Alckmin, cuja posição tem o apoio de setores produtivos importantes, que geram milhões de empregos, como o comércio e a indústria.  

Os juros reais (taxa básica descontada da inflação) no Brasil estão em 6,68% ao ano, ainda as mais altas do mundo, superando México, Colômbia e Chile, que aparecem na sequência na lista do ranking com juros reais de 6,64%, 6,15% e 4,6%, respectivamente.

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