Segunda, 11 Setembro 2023 19:54

Bancos ainda querem trabalho dos bancários nos finais de semana

Como acontecia antes da categoria conquistar o descanso nos finais de semana na greve de 1962, os bancos voltam com toda a carga sobre o Congresso Nacional para aprovar a abertura das agências sábados e domingos. O Projeto de Lei 1043/2019 obriga os bancos a abrir as agências aos sábados, das 9h às 14h, e aos domingos, das 9h às 13h.

Mobilização é preciso

O movimento sindical está de olho para impedir que os barões do sistema financeiro extingam um direito histórico da categoria, o descanso remunerado nos finais de semana. É hora de unidade da categoria para participar das campanhas dos sindicatos e de protestar nas redes sociais contra o PL 1043/19. Representantes da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal) têm se reunido com parlamentares para tentar barrar a proposta. Os sindicatos estão de olho vivo e mobilizando bancários e bancárias de todo o Brasil para preservar este direito tão importante.
“Trata-se de um projeto pernicioso, que pode aumentar ainda mais a pressão por metas e o assédio sobre a categoria bancária, e, consequentemente, gerar ainda mais adoecimento de trabalhadores, que já sofrem demais com as cobranças abusivas”, disse Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT.

Aumentar os lucros

Segundo o diretor do Sindicato, Ronald Carvalhosa, os bancos querem explorar ainda mais os bancários para ganhar mais dinheiro com produtos e investimentos.
“Os banqueiros estão de olho em criar agências em shoppings para oferecer mais produtos aos clientes e sempre à custa da saúde da categoria, uma das mais afetadas por doenças ocupacionais, especialmente de caráter psíquico-emocional. Se estão extinguindo agências e demitindo em massa, porque tentar impor o trabalho aos sábados? Não tem acordo. Não abrimos mão do descanso remunerado nos finais de semana”, explicou Carvalhosa.
Desde 2019, quando o projeto foi apresentado, o movimento sindical bancário vem lutando contra sua aprovação, o que levou à retirada de pauta da proposta por diversas vezes. “Queremos mais do que a retirada de pauta, queremos o arquivamento definitivo”, disse Jefão.

 

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