Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Os trabalhadores brasileiros tiveram uma vitória importante com a aprovação da Medida Provisória 1172/23, proposta pelo governo Lula e aprovada na última quinta-feira (24) pelo Congresso Nacional. A proposta, que havia sido anunciada pelo presidente da República no Dia do Trabalhador (1º de Maio), beneficiará milhões de trabalhadores, inclusive bancários e bancárias que se encaixam nesta faixa salarial que passa a ser isenta do Imposto de Renda (IR).

“Isso ajuda a potencializar aquele reajuste que nós acordamos na nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, observou a presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Juvandia Moreira.

Comprar mais

Segundo levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), na cidade de São Paulo a correção da tabela do IR permitirá, com o salário médio de caixa, por exemplo, a compra de 1kg a mais de carne, ou 1kg de café, ou 5kg de feijão, ou 9kg de arroz, ou 6 litros de leite. Em cidades com custo de vida menor daria para comprar mais.

“O reajuste na tabela ainda que não seja o que reivindicamos, já é o início do cumprimento do compromisso firmado com os representantes dos trabalhadores pelo então candidato Lula, com uma política permanente de valorização do salário mínimo e de redução do Imposto de Renda sobre os menores salários. O governo assumiu o compromisso de avançar no valor já no próximo ano. O reajuste para este ano deve ser comemorado e devemos continuar vigilantes e atentos para que o parlamento aprove também, a proposta do governo para os próximos anos”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira.

Lula quer ampliar isenção

O presidente Lula já anunciou que quer ampliar ainda mais a isenção do IR e que o objetivo é chegar a faixa de quem ganha até R$5 mil por mês, o que beneficiaria um número ainda maior de trabalhadores. Para isso, a equipe econômica do governo estuda taxar grandes fortunas e grandes patrimônios para aliviar trabalhadores de classe média e tornar a tributação no Brasil progressiva, ou seja, paga mais, quem ganha mais.

“Nós vamos trabalhar junto ao Congresso para que se amplie essa isenção dada agora e essa tabela do imposto de renda melhore ainda mais, para que quem ganha menos pague menos mesmo”, acrescentou Juvandia.
O movimento sindical bancário defende ainda a tributação de lucros e dividendos distribuídos aos grandes acionistas das empresas. Somente o Brasil, a Estônia e a Colômbia não fazem esta cobrança, desde uma decisão do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1995.

Aumento do mínimo 

A MP 1172/23 prevê ainda o aumento do salário mínimo para R$1.320 e que, junto com ampliação da isenção do IR, vai para agora para a sanção presidencial. 

"A política de reajuste foi aplicada durante vários anos pelo governo Lula e Dilma e teve consequências benéficas para as famílias e a economia brasileira, na medida em que o aumento do salário mínimo com o ganho real implica em um volume maior no bolso do trabalhador e, portanto, movimenta mais o comércio, trazendo prosperidade para todas as famílias", avaliou o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), em matéria publicada no portal de notícias do Senado Federal.