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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Organizações do movimento negro realizam nesta quinta-feira, 24 de agosto, em 14 estados, um ato nacional pelo fim da violência e das chacinas contra negros e pobres em ações policiais no país.
Do final de julho até início de agosto, chacinas policiais mataram ao menos 32 pessoas na Bahia, 18 em São Paulo e 10 no Rio de Janeiro.
Causou repercussão internacional o assassinato na noite da última quinta-feira (17), da líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Maria Bernadete Pacífico. Ela foi executada a tiros dentro do terreiro Ilê Axé Kalé Bokum, onde era ‘ebomi’ (em iorubá: , que significa "Meu Mais Velho", é um adepto do candomblé que já cumpriu o período de iniciação na feitura de santo), na região metropolitana de Salvador, na Bahia.
“O racismo estrutural no Brasil tem resultado em chacinas nas favelas, comunidades pobres e quilombolas revelando a discriminação racial, cultural e religiosa contra negros e negras. Vamos protestar e exigir o fim desta violência contra nossas comunidades”, destacou o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Almir Aguiar.
Direito à vida
As atividades foram definidas em uma plenária online feita no último dia 10 de agosto com cerca de 250 organizações. Os atos inauguram uma jornada de lutas que deve ter atividades mensais até o dia 20 de novembro, dia da consciência negra.
“Nosso grito precisa ser ouvido pelas autoridades estaduais responsáveis pela segurança pública e também pelo governo federal. Defendemos uma polícia cidadã que seja respeitada e não temida pelas comunidades pobres e a inclusão da história afrodescendentes e da conscientização dos agentes de segurança que as regiões pobres têm de ter o mesmo tratamento dos condomínios de luxo das cidades onde não há este tipo de ação e as ‘balas perdidas’ não ceifam vidas inocentes”, acrescentou, cobrando punição aos assassinos de Maria Bernadete.
“Queremos a prisão também dos mandantes do crime de Bernadete como também de Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes que até hoje não temos resposta. Chega de violência e de impunidade. Estão executando negros e negras e como nestes casos, pessoas inocentes, inclusive crianças”, conclui Almir. No Rio de Janeiro somente este ano, ações policias mataram dez crianças de comunidades.