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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O projeto de lei 1043/2019 voltou a tramitar, este mês, na Câmara dos Deputados. A proposta, de autoria do deputado David Soares (DEM/SP), prejudica a categoria ao impor o trabalho nos fins de semana: aos sábados, das 9h às 14h, e aos domingos, das 9h às 13h.
O secretário de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jeferson Meira, o Jefão, classificou o projeto como pernicioso, podendo aumentar ainda mais a pressão por metas e o assédio sobre a categoria bancária, e, consequentemente, gerar ainda mais adoecimento de trabalhadores, que já sofrem demais com as cobranças abusivas.
Jeferson e o dirigente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Marcos Saraiva, se reuniram na segunda-feira (14) com o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT/AL), para tratar do PL e pedir o arquivamento da proposta. O parlamentar é o novo relator do projeto.
Interesse dos bancos
José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, disse que, na verdade, o que os bancos querem com este projeto é ter liberdade para abrir as agências a qualquer hora, em qualquer dia e lugar. “É um projeto que visa apenas os interesses dos bancos, sem ter qualquer interesse social, que é o que defendemos. Queremos que as agências estejam abertas para todos os clientes e queremos mais bancários. Isto é o que vai garantir um serviço de qualidade”, defendeu. Argumentou ainda que se a proposta fosse efetivamente de interesse da sociedade, determinaria a contratação de mais caixas, ao contrário do que acontece no setor, que é a extinção de caixas e de escriturários. “Os bancos estão deixando cada vez mais as agências como meros espaços de negócios, de vendas de produtos. Para nós isso não garante a geração de empregos, nem benefícios à sociedade. Por isto nós somos contrários a este PL e vamos continuar lutando pelo seu arquivamento”, disse.
O movimento sindical lembra ainda que a jornada de seis horas diárias, de segunda à sexta-feira é uma conquista histórica da categoria e inegociável.
O autor da proposta, deputado David Soares (DEM/SP), considera a conquista dos bancários um “privilégio” já que “o horário de funcionamento das agências, hoje, se sobrepõe à jornada de trabalho da maioria da população, sendo necessária a abertura das agências nos finais de semana”.
“Temos que nos manter mobilizados e continuar acompanhando este projeto e todos os outros que são interesse dos trabalhadores, para lutar contra aqueles que nos prejudicam e apoiar aqueles que nos trazem novas conquistas”, concluiu Jefão.