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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
“Às vezes, esta mesa de negociação parece um monólogo. Não parece que estamos dialogando”. O desabafo foi feito por Rogério Campanate, dirigente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), sobre a reunião feita com a Caixa Econômica Federal, na quinta-feira (17/8), a respeito do Conquiste.
“Esse espaço teria que ser para construção, mas o que parece é que os representantes da Caixa anotam o que a gente fala apenas para rebater, não para entregar soluções aos problemas enfrentados pelos empregados”, criticou.
Mais uma vez, a CEE cobrou que o banco negocie soluções para os muitos problemas enfrentados pelos empregados. Em reuniões passadas, já haviam reclamado da falta de efetividade da mesa de negociação, que se tornou um espaço de informes de medidas já tomadas pelo banco, sem sequer comunicar antecipadamente à representação dos trabalhadores.
Seguridade
A Caixa não conseguiu explicar o volume de metas de seguridade que resulta na “terceirização” de grande parte da mão-de-obra para venda desses produtos, muito menos como passaram pelos “Compromissos com a Sustentabilidade” os objetivos que, mesmo atingidos, promoveram a queda de porte de diversas unidades. “Chegaram a alegar que as metas de produtos de seguridade se dão em razão da necessidade dos clientes, num completo descolamento em relação à realidade”, disse Campanate.
A CEE esclareceu que ter o portfólio para atender o cliente é muito diferente de cobrar dos funcionários adoecidos que “empurrem” para os clientes produtos dos quais não necessitam, com o único objetivo de atingir as metas impostas.
Novo GDP
Ao final da reunião, a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, também cobrou negociação sobre o “Minha Trajetória”. “A Caixa disse que não usaria mais o GDP (antigo programa de Gestão de Desempenho de Pessoas, que foi extinto pela atual gestão), mas trouxe a metodologia do GDP para o ‘Minha Trajetória’. Não queremos uma simples troca de nome. Queremos mudança de verdade, pois nossos colegas continuam sendo cobrados em diversos ‘times de vendas’ e a Caixa continua não trazendo soluções para acabarmos com estas cobranças abusivas”, disse a coordenadora da CEE.
“O banco continua com cobrança abusiva de metas, assim como com os inúmeros problemas de sistema e com sobrecarga de trabalho”, criticou Fabiana. “Estes problemas se juntam a muitos outros, para os quais já pedimos soluções faz tempo, e acabam adoecendo os colegas, que precisam se virar para atender os clientes e beneficiários de programas do governo, executados pela Caixa”, completou.
Empurrando produtos
“A Caixa alega que as metas dos produtos são para atender necessidades dos clientes. Na realidade, da forma como as metas são distribuídas, os empregados são obrigados a ‘empurrar’ produtos que os clientes não necessitam, para cumprir as metas. Não se pensa em ‘atender necessidades dos clientes”, observou Campanate. “Aliás, as metas atribuídas às unidades sequer refletem as necessidades financeiras da unidade, fazendo com que aquelas que atingem alta performance nos objetivos atribuídos, pela direção da empresa, apresentem prejuízos milionários. Isso também penaliza financeiramente empregados em ‘alta perfomance’, que cumprem os objetivos e têm a remuneração reduzida em razão da queda do porte da unidade” acrescentou.
Na avaliação do movimento sindical há muita coisa a ser arrumada, devido ao desmonte causado nos últimos quatro anos, mas os empregados esperam que a atual direção mostre, na prática, que é uma nova gestão.
Reclamações recebidas pelos sindicatos dão conta de que o SSFGTS, Novonegocios, Siart, Siopi, Sifec, Ciweb ficaram inoperantes por dias seguidos, além de constantes “incidentes” no Siric, SIPNL, Sisag, SICTD, Cemoc, Sipon.
Venda “complementar”
Quando se fala em metas a menina dos olhos a Caixa são as operações de crédito. Mas não apenas as operações de crédito propriamente ditas e sim as vendas de produtos que são atreladas à oferta de crédito. No dia a dia das agências, o crédito é utilizado como isca para a venda de seguros, de cartões e outros produtos do portfólio do banco, que nem sempre são adequados, tampouco de interesse dos clientes.