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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Publicado: 16 Agosto, 2023 - 14h57 | Última modificação: 16 Agosto, 2023 - 15h13
Escrito por: Redação CUT
A Polícia Federal (PF) pode investigar a falta de energia que afetou, na manhã de terça-feira (15), 29 milhões de consumidores em 25 estados e no Distrito Federal, exceto no estado de Roraima que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) - uma rede que engloba sistemas de geração e uma malha de transmissão de energia elétrica que movimenta a energia entre seus subsistemas, por todo o país.
Segundo o ministro da Justiça Flávio Dino, será enviado à PF um ofício pedindo investigação preliminar sobre o apagão. A partir desta investigação, a Polícia Federal decidirá se será instaurado um inquérito policial. Ainda na terça-feira, o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu tanto à PF como à Agência Brasileira de Informações (Abin) apurem eventual ação intencional no episódio. A informação foi dada por Dino ao blog da jornalista Andrea Sadi, do G1.
Causas do blecaute ainda não estão esclarecidas
Até o momento o Ministério de Minas e Energia não informou as causas do blecaute. Num primeiro momento, Alexandre Silveira disse que o problema foi causado por “dois eventos concomitantes em linhas de transmissão de alta capacidade”. Um deles foi localizado no norte do Nordeste, no Estado do Ceará. O outro evento, segundo o ministro, ainda não foi identificado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Eletricitários responsabilizam privatização da Eletrobras
O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) disse em nota, que a identificação das causas do apagão poderá demorar mais por falta de pessoal especializado. A entidade alertou diversas vezes as autoridades e a direção da Eletrobras de que poderia ocorrer a falta de energia no país, em função das demissões de trabalhadores e trabalhadoras altamente qualificados, sem reposição do quadro e quando havia contratações eram de pessoas sem experiência em lidar com o sistema elétrico nacional.
Para a categoria a privatização da Eletrobras é a principal responsável por esta situação, já que a empresa teria deixado de investir para oferecer maiores lucros aos seus acionistas. A Eletrobras foi vendida em 2022 pelo governo de Jair Bolsonaro. Hoje o poder maior de voto está nas mãos do Grupo 3G, administrado pelos mesmos empresários que levaram as lojas Americanas a um rombo de mais de R$ 40 bilhões.
Além de ter sido comercializada muito abaixo do preço e comprometer a soberania nacional, a venda da Eletrobras trouxe condições inadmissíveis como por exemplo, o governo ter quase 43% das ações, mas apenas ter 10% de direito ao voto, o que deixa a atual direção a definir os rumos da empresa. Também chama a atenção o fato de que se o governo quiser comprar de volta a Eletrobras, a União terá de desembolsar quatro vezes a mais o valor do que ela foi vendida.