Segunda, 14 Agosto 2023 19:58
desafios

Nova redução no emprego bancário é um desafio para toda a categoria

Pesquisa reafirma importância de bancários e bancárias se sindicalizarem e participarem das lutas coletivas

A mais recente Pesquisa do Emprego Bancário (PEB), feita em agosto, mostra uma nova redução de vagas no setor no primeiro semestre de 2023. Foram fechados mais de 5 mil postos de trabalho. No acumulado em 12 meses, de julho de 2022 a junho de 2023, o resultado foi de 4,6 mil vagas a menos. A informação foi divulgada no site da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Finaceiro).

Áreas mais afetadas

As áreas mais afetadas foram a bancária/financeira (redução de 3.385 vagas no semestre e de 2.629 em 12 meses), a administrativa (1.329 e 2.124) e atendimento ao público (199 e 299). A tecnologia da informação (TI), embora tenha fechado 273 postos de janeiro a junho de 2023, no período de um ano, apresentou saldo positivo de 312 contratações.
O levantamento foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), no primeiro semestre de 2023.
“Os números mostram o impacto das novas tecnologias no emprego da categoria e é consequência também das reestruturações, com fechamento de agências físicas e demissão em massa, além da alta rotatividade para os bancos reduzirem custo e elevarem ainda mais seus lucros. Precisamos fortalecer a nossa unidade e a participação de todos os bancários e bancárias junto ao movimento sindical para reagirmos a esta tendência no setor financeiro. São desafios de toda a categoria”, afirmou o presidente do Sindicato José Ferreira.
As posições de gerenciamento foram as mais atingidas. Consideradas apenas as ocupações, gerentes de contas de pessoa física e jurídica, administrativo, de agência e de clientes especiais, foram eliminadas 3.072 vagas. No mesmo período, ocorreu, ainda, o fechamento de 542 postos de escriturário. Por outro lado, os maiores saldos positivos foram para caixa de banco (mais 858 vagas), programador de sistemas de informação (193) e técnico de manutenção de sistemas e instrumentos (167).

Sem justa causa

Os números revelam que, nesse mês, 57,8% dos desligamentos ocorreram por demissão sem justa causa, 35,9% por pedido do trabalhador e 2,9% por justa causa.
No recorte geográfico, em apenas cinco estados observa-se saldo ligeiramente positivo. A redução de vagas se deu em 21 estados, com destaque para São Paulo (424 postos), Rio de Janeiro (167) e Minas Gerais (84).


Mulheres mais afetadas

Mais uma vez, as mulheres foram mais afetadas que os bancários homens; elas representaram 45,9% das admissões e 50,4% dos desligamentos. Na questão das faixas etárias, é possível observar saldo positivo entre as faixas até 29 anos, com ampliação de 502 vagas, com movimento contrário entre as faixas etárias superiores, que tendem a um ganho maior na remuneração,com fechamento de 1.401 vagas.

Remuneração

O salário mensal médio do bancário admitido em junho alcançou o valor de R$ 6.308,16, enquanto o do desligado era de R$ 7.496,81, ou seja, o admitido passou a ganhar 84,14% do desligado.

Números do ramo

Excluindo a categoria bancária, o ramo financeiro apresentou saldo positivo em junho, com a abertura de 1.714 postos de trabalho. Em 12 meses, foram criadas 16,2 mil vagas, média de 1,3 mil por mês, com destaque para crédito cooperativo (mais 1.015 postos), planos de saúde (229) e administração de cartões de crédito (176).

Demais setores

A extinção de postos de trabalho nos bancos está na contramão da recuperação econômica e da empregabilidade dos demais setores.
Conforme o Novo Caged, o emprego com carteira assinada no Brasil apresentou expansão de 157.198 postos em junho, com 1.914.130 admissões e 1.756.932 desligamentos. Os saldos foram positivos nos setores de Serviços (76.420), Agropecuária (27.159), Construção (20.953), Comércio (20.554) e Indústria (12.117).

Mídia