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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
As entidades da sociedade civil de Volta Redonda decidiram adiar o ato público contra a poluição despejada na cidade pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A manifestação, marcada inicialmente para 19 de agosto, ainda não tem uma nova data.
Vários protestos vêm acontecendo em Volta Redonda, cobrando dos donos da ex-estatal, providências imediatas para combater a poluição. O fato tem sido motivo de intensa preocupação na cidade, ocupando espaço nos noticiários locais e nas redes sociais. A questão do chamado "pó preto" tem impactado diretamente a vida dos moradores. Além de sujar a cidade, afeta gravemente a qualidade do ar que respiram.
Audiência
A crescente poluição proveniente da CSN vem mobilizando a população de Volta Redonda e amplos setores da sociedade. Em 27 de julho, a Câmara dos Vereadores local realizou audiência pública para debater o tema "A poluição gerada pela CSN" no município.
Apesar de ter sido convidada, a CSN não enviou representante. O evento foi realizado a pedido do vereador Raone Ferreira (PSB). O Ministério do Meio Ambiente, participou virtualmente da audiência, representado por Thaianne Resende, diretora do Departamento de Qualidade Ambiental. A presença demonstra a seriedade do tema e a relevância do diálogo entre as esferas municipal e federal.
Outros setores da sociedade também estiveram representados, com a participação de vereadores, moradores, representantes de movimentos sociais e lideranças da cidade, tornando a audiência um espaço verdadeiramente plural e democrático.
A audiência
Durante a audiência, diversos tópicos relevantes foram abordados, destacando-se o monitoramento da qualidade do ar na região. Além disso, foram levantadas questões acerca da necessidade da aplicação de ações e multas mais eficazes contra a CSN, a fim de garantir a responsabilização adequada pela poluição gerada. A audiência também serviu como um espaço para ampliar o debate, envolvendo autoridades a nível estadual e federal.
A revolta da população diante do problema se tornou evidente durante a audiência, e a expectativa é que, a partir dos encaminhamentos feitos, medidas concretas sejam tomadas para mitigar e solucionar o problema.
O vereador Raone Ferreira conduziu os trabalhos, ao lado de uma mesa composta por importantes personalidades. Entre elas, o presidente da Câmara, Paulo Conrado, o deputado estadual do Rio de Janeiro, Jari Oliveira (PSB-RJ), e o engenheiro ambiental representante do instituto Arayara, Urias Neto, além de Deise Delfino, vice-presidente do Inea (Instituto Estadual de Meio-Ambiente) e Alexandre Fonseca do Movimento Sul Fluminense contra Poluição.
Lucro de bilhões
“Não é possível que a CSN continue lucrando bilhões em detrimento da saúde e bem-estar da população de Volta Redonda. Queremos responsabilização ambiental por parte da empresa, mas também compensações da poluição que ela gera, seja de investimentos em mais áreas ambientais na cidade, mas sobretudo na saúde da população. A CSN tem uma quantidade muito grande de terrenos e prédios sem uso social. No mínimo ela deveria reverter seu patrimônio em ações efetivas para compensar a poluição que ela gera” afirmou o vereador Raone.
A audiência pública sobre a poluição gerada pela CSN foi mais um passo importante para enfrentar esse desafio ambiental que afeta diretamente a população de Volta Redonda. Espera-se que a união de esforços e a conscientização sobre a gravidade do problema levem a ações efetivas e a mudanças significativas em prol de um ambiente mais saudável e sustentável para todos os cidadãos.
*Com informações da Câmara dos Vereadores de Volta Redonda.