Sexta, 04 Agosto 2023 20:05

Defesa da democracia é tema central da abertura da 25ª Conferência Nacional dos Bancários

A 25ª Conferência Nacional dos Bancários 2023 foi aberta nesta sexta-feira (4) e continuará no sábado(5) e domingo (6) A 25ª Conferência Nacional dos Bancários 2023 foi aberta nesta sexta-feira (4) e continuará no sábado(5) e domingo (6) Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A 25ª Conferência Nacional dos Bancários 2023 foi solenemente aberta no final da tarde desta sexta-feira (4), no Ginásio do Sindicato dos Bancários de São Paulo. O evento começou com a declamação de um poema por Carol Dall Farra, poetisa do Rio de Janeiro.

Democracia sempre

A presidenta da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e vice da CUT Nacional Juvandia Moreira, abriu as falas dos dirigentes sindicais destacando a importância dessa nova etapa do Brasil, a começar pelo passo importante que representou o resgate da democracia conquistado nas eleições de 2022.

“Nós passamos por um período triste da nossa história e não poderíamos deixar de começar esta Conferência com o nosso mote ‘democracia sempre’”, declarou.

Convenção Coletiva 

Juvandia lembrou também daqueles que participaram da primeira convenção coletiva da categoria, a única em nível nacional, em 1992, citando Vagner Freitas, ex-presidente da antiga CNB (Confederação Nacional dos Bancários) e ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), João Vaccari Neto e João Fukunaga (atual presidente da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil).  

Ivone Silva, ex-presidenta do Sindicato de São Paulo e ex-coordenadora do Comando Nacional da categoria e que preside atualmente o Instituto Lula e é pré-candidata à vereadora pela capital paulista também foi homenageada na Conferência.

Tecnologia e emprego

A atual coordenadora do Comando Nacional, Neiva Ribeiro, falou dos desafios ante a digitalização do trabalho, que ameaça o emprego dos brasileiros, inclusive na categoria. 

“A cada dez operações financeiras, sete são feitas por meio digital”, disse. Ressaltou ainda que a taxa de juros só baixou no Brasil a partir da pressão dos trabalhadores nas ruas.  

Importância da unidade

O presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), Sérgio Takemoto, falou da importância da unidade dos trabalhadores para o enfrentamento dos desafios políticos no país.

“Só estamos aqui porque resistimos ao golpe e aos governos de Michel Temer e do genocida Jair Bolsonaro. E isso só foi possível com a unidade da categoria e dos trabalhadores na defesa da democracia e de nossos direitos. Precisamos aprofundar a luta pela justiça social e pelo fortalecimento dos bancos públicos na distribuição de renda. Estamos aqui para reafirmar a nossa unidade por um país mais justo e igualitário. A democracia venceu”, declarou Takemoto.  

Críticas ao governo paulista

Douglas Martins da CUT-SP fez críticas pesadas ao atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado representante do bolsonarismo no estado e a sua política de privatizações. Citou o fato de o Ministério Público está investigando a decisão de Tarcísio de ter recusado os livros didáticos do MEC, sob o argumento de que fornecerá material digital para os estudantes.

Douglas lembrou ainda dos 40 anos de luta da CUT, comemorados em 2023. “Seguiremos sempre em busca de uma sociedade justa, humana e igualitária”, afirmou.

Centrais sindicais

Representantes de centrais sindicais, como CUT, CTB e Intersindical e das diversas forças políticas representativas da categoria destacaram a importância da luta em defesa da consolidação da democracia e da reconstrução do Brasil, bem como o debate sobre a questão da precarização do trabalho no setor financeiro, com cobranças de metas cada vez mais desumanas e que têm adoecido os trabalhadores. Foram citados, inclusive, casos de suicídio de bancários e bancárias. Os dirigentes sindicais defenderam ainda um trabalho digno para todos os brasileiros e repudiaram os “sabotadores” da retomada do desenvolvimento econômico, criticando os bancos e a política de juros do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, considerado representante dos interesses especulativos do sistema financeiro. 

O evento contou com uma delegação internacional, com dirigentes sindicais da Argentina e do Uruguai.

Visão ampla da democracia

Foi apresentando ainda um vídeo sobre a vitória da democracia, com a eleição do presidente Lula e mostrando a relevância do combate às desigualdades sociais, à discriminação e à violência e que não há democracia sem sindicatos fortes, reafirmando o mote da conferência deste ano, “democracia sempre”.

Na mesma linha política, Juvandia disse que a Conferência Nacional não pode debater apenas questões da categoria, mas a defesa da democracia, o combate à violência contra mulheres, de raça e contra a comunidade LGBTQIA+.

“Não dá para falar em democracia se temos crianças e famílias passando fome. Democracia não pode ser para 1% da população que acumula mais da metade da riqueza do país e onde quem ganha menos paga mais impostos e quem ganha mais, paga menos. Queremos um país socialmente justo e sustentável. O planeta está pedindo socorro e todos os países têm que pagar a conta de viver uma economia sustentável no mundo. Somos os outros 99%. O Brasil é do povo brasileiro, da classe trabalhadora. Lutar pela democracia é lutar pela justiça social. Vamos debater temas estratégicos e construir propostas para um Brasil feliz e democrático sempre”, disse, abrindo oficialmente a 25ª Conferência Nacional.

Problemas de agenda e também questões técnicas no contato com Brasília impediram a participação do ministro Alexandre Padilha no encontro.

O presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, saudou a categoria, em mensagem transmitida em vídeo.

“É hora de debater o que queremos para o nosso futuro, para os trabalhadores e nosso país. As conquistas dos bancários e bancárias são referência”, declarou o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, em uma saudação feita em vídeo.

O evento contou com uma delegação internacional, com dirigentes sindicais da Argentina e do Uruguai.

 

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