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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O presidente do Banco Central Roberto Campos continua jogando contra as expectativas de trabalhadores, economistas e empresários, impedindo uma redução maior dos juros. O Copom (Comitê de Política Monetária) reunido nesta quarta-feira (2) definiu um corte de apenas 0,5% na taxa básica do país (Selic). Segundo especialistas, a decisão sinaliza que os juros deverão continuar caindo, mas ainda de forma lenta e gradativa, frustando as expectativas do próprio mercado, que vê margem para um corte ainda maior das taxas.A Selic caiu de 13,75% para o índice ainda mais alto do que em qualquer outro país do mundo, de 13,25%.
Todos as sinalizações de recuperação da economia, como a redução da inflação, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) acima do esperado, a alta dos mercados futuros e a queda do dólar e do desemprego, apontam para uma redução mais consistente dos juros.
Tem que baixar mais
A equipe econômica do governo Lula avalia que, caso o corte de meio ponto percentual ainda é muito pouco, pois o Brasil já tem, historicamente, as mais altas taxas de juros do mundo. .
A reunião marcou a estreia de Gabriel Galipolo e Aílton Aquino, os primeiros diretores indicados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Copom, que podem ajudar a formar maioria no colegiado, composto por nove membros, incluindo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que, em caso de empate, ainda tem direito ao “voto de minerva”.
“O ex-ministro da economia Paulo Guedes criou uma armadilha ao aprovar a chamada ‘autonomia’ do BC, que na verdade entrega a política de juros e cambial ao cartel dos bancos do qual Campos Neto é o representante destes interesses de bancos e especuladores, que ganham burras de dinheiro à custa do sacrifício do povo brasileiro e da falência de empresas do setor produtivo. A sabotagem política passou dos limites e nosso país precisa praticar níveis internacionais que são de juros muito mais baixos”, opinou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.
Queda do desemprego
A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada recentemente pelo IBGE, mostra um recuo da taxa de desemprego de 8,8% para 8%, no segundo trimestre do ano. Apesar de ser o menor patamar em nove anos, na avaliação do movimento sindical, a geração de empregos poderia ser bem maior se Campos Neto contribuísse com uma política de maior redução dos juros.
“Essa redução, tímida, seria ainda maior, não fosse a política monetária praticada pelo BC, que boicota a economia e, consequentemente, a geração de emprego”, continuou Juvandia, lembrando que, em fevereiro, a Contraf-CUT enviou à entidade um ofício em que cobrou medidas para garantir o pleno emprego e o crescimento econômico no país.
“No ofício, ao qual não obtivemos resposta até hoje, nós lembramos que o Banco Central também tem a obrigação sobre o nível de emprego e o estado da economia no país”, completou
Campanha continua
sindicatos e centrais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CTB (Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil) mantêm uma campanha permanente contra os juros altos, com a hashtag #JurosBaixosJá, nas redes sociais.
"Vamos continuar nas ruas e nas redes sociais exigindo uma política consistente de redução dos juros até Campos Neto parar de sabotar a retomada da economia e o governo Lula ou renunciar ao cargo de presidente do BC", disse o vice-presidente da Contraf-CUT, Vinicius de Assunção.