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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
A semana passada foi agitada por eventos que marcaram o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. Na última segunda-feira (24/7), a Secretaria de Políticas Sociais do Sindicato do Rio e a Secretaria de Combate ao Racismo da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro) realizaram um debate, no auditório da entidade sindical.
“Uma mulher negra com nível superior recebe, em média, R$ 3.571, enquanto um homem branco tem vencimento médio de R$ 7,9 mil em mesma situação escolar”, criticou Almir Aguiar, Secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT. Destacou também que o aumento do contingente carcerário no Brasil, “o terceiro maior do planeta, é formado em sua grande maioria por mulheres e homens negros”.
Racismo estrutural
As convidadas para o debate, Clatia Vieira, coordenadora do Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro e do Fórum Permanente de Diálogo das Mulheres Negras da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Mônica Alexandre, presidenta da Associação Carioca dos Advogados Trabalhistas do Rio de Janeiro (ACAT) e diretora Adjunta da OAB-RJ e Raimunda Leone, secretária adjunta de Combate ao Racismo e Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) também falaram dos mecanismos estruturais de exclusão social, cultural e econômica que colocam negras e negros no Brasil à margem das condições minimamente dignas de vida e de trabalho. Lembraram também que o racismo estrutural é histórico e vem desde a escravidão, quando os portugueses trouxeram a população negra da África para o trabalho escravo em terras brasileiras.
Racismo nos bancos
De fato, os números oficiais revelam que o racismo no mercado de trabalho é muito grave no setor financeiro. Os bancários negros (que incluem pretos e pardos) ganham 24% menos do que os colegas brancos. Os empregados pretos de instituições financeiras têm rendimento médio 27,3% menor do que o rendimento médio dos brancos. E as mulheres pretas sofrem ainda mais discriminação, ganhando 59% menos que a média dos homens brancos. Nos bancos é raro um negro ocupar cargos de diretoria e executivo e a presença de mulheres negras nestas funções então, praticamente inexiste.
"Vivemos nestes últimos anos, um recrudescimento de um racismo na sociedade que 'saiu do armário', incentivado por discurso de ódio e ataques aos movimentos e povos originários. Esperamos que, com a retomada da democracia, possamos finalmente avançar para pôr fim ao racismo no Brasil", avaliou o diretor de Políticas Sociais do Sindicato dos Bancários do Rio, Robson Santos.
No domingo (30/7) teve a IX Marcha das Mulheres Negras, na orla de Copacabana.