Terça, 18 Julho 2023 21:13

Bancárias debatem políticas para mulheres com o governo federal

Da direita para a esquerda: Analine Almeida Specht (chefe de gabinete do Ministério da Mulher), Juneia Batista (secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional), Juvandia Moreira (presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional), Maria Helena Guarezi (secretária executiva do Ministério da Mulher), Neiva Ribeiro (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região), Fernanda Lopes (secretária da mulher da Contraf-CUT) Da direita para a esquerda: Analine Almeida Specht (chefe de gabinete do Ministério da Mulher), Juneia Batista (secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional), Juvandia Moreira (presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional), Maria Helena Guarezi (secretária executiva do Ministério da Mulher), Neiva Ribeiro (presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região), Fernanda Lopes (secretária da mulher da Contraf-CUT) Foto: Contraf-CUT

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Dirigentes sindicais bancárias da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniram com representantes do Ministério da Mulher, na manhã da última segunda-feira (17), em Brasília, para discutir pautas de equidade de gênero, igualdade de oportunidade e combate à violência contra a mulher.

“Nós temos histórico de luta nas pautas relativas à diversidade e igualdade de gênero. Ao longo de décadas, conquistamos direitos para a categoria, como a licença-paternidade de 20 dias, a inclusão dos temas de igualdade de oportunidade, combate ao assédio moral e assédio sexual nas mesas de negociação com os bancos, além da criação de programas de prevenção à prática de violência doméstica e familiar dentro das empresas”, explicou a presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT Nacional, Juvandia Moreira. Ela destacou o Censo da Diversidade, realizado periodicamente, desde 2008, pela categoria, como dados que comprovam que a discriminação salarial por raça e gênero ainda é uma realidade enfrentada pelas mulheres no setor financeiro.

Juvandia citou ainda o estudo encomendado pela Contraf-CUT ao Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado em março deste ano, revelando que, no mercado de trabalho brasileiro, as mulheres ganham, em média, 21% menos que os homens.

“Na categoria bancária, a desigualdade é um pouco mais aprofundada. A remuneração das mulheres é 22,2% menor que a média dos colegas homens. Além disso, verificamos que a remuneração da mulher negra bancária é, em média, 40,6% inferior à remuneração do homem bancário branco”, acrescentou Juvandia.

Convenção da OIT

No encontro as sindicalistas bancárias destacaram a participação do movimento sindical da categoria na mobilização pela implementação da lei de igualdade salarial (PL 1085/23), de iniciativa do governo federal e recentemente sancionada pelo presidente Lula, após aprovação no Congresso.

A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Neiva Ribeiro, que também esteve presente no encontro reforçou a importância de o Brasil ratificar a Convenção 190 (C190), que reconhece o direito de todas as pessoas a um mundo de trabalho livre de violência e de assédio, e sua posterior implementação por meio da efetivação de políticas públicas”, disse. .

As bancárias sugeriram ao governo uma campanha ampla para o combate à misoginia, pela promoção de estratégias para a emancipação das mulheres e para o combate à violência de gênero, incluindo nestas discussões o Congresso Nacional.

“Também reforçamos a importância da criação de mecanismos que permitam que mais mulheres ocupem espaços na política e na sociedade, buscando com isso que todas tenham condições de se manter financeiramente e de trilhar carreiras profissionais da mesma forma que os homens”, relatou Neiva.

Números da violência doméstica

A violência contra mulheres também estiveram na pauta da reunião e as bancárias apresentaram ao Ministério da Mulher os resultados do projeto “Basta! Não irão nos calar”, de assessoria jurídica para mulheres em situação de violência doméstica e familiar que já é uma realidade em 12 sindicatos, como o de São Paulo, Osasco e Região, onde o projeto surgiu em 2019, e do Rio de Janeiro.

Até março de 2023, os canais do “Basta!” haviam atendido 360 pessoas, sendo 358 mulheres e dois homens parentes de mulheres em situação de violência doméstica ou familiar. Do total de atendimentos, foram geradas 256 ações judiciais, sendo 164 pedidos de medida protetiva de urgência obtidos com a assessoria dos sindicatos às vítimas.
Participaram também do encontro a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Juneia Batista, a secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério da Mulher, Rosane da Silva, e a secretaria-executiva da pasta, Maria Helena Guarezi.

Debate na TVT

No programa “Momento Bancário” dessa semana da Rede TVT, aconteceu um importante debate para toda a sociedade: o impacto da Lei de Igualdade Salarial entre Homens e Mulheres e o cenário atual das trabalhadoras brasileiras. Confira clicando no link abaixo, a programação sobre o tema. 

https://www.youtube.com/watch?v=DOZTqWeHt1M

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