Sábado, 15 Julho 2023 10:45
ANÁLISE DE CONJUNTURA

Educadora critica terceirizações e discriminação às mulheres, negros e LGBTQIA+

Greyce Kelly defende ainda a autonomia do movimento sindical para cobrar do governo novos avanços nos direitos da classe trabalhadora
IGUALDADE DE DIREITOS - A educadora Greyce Kelly criticou a discriminação de gênero, raça e orientação sexual no país IGUALDADE DE DIREITOS - A educadora Greyce Kelly criticou a discriminação de gênero, raça e orientação sexual no país Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRiio

A doutora em educação, Greyce Kelly, abriu sua fala com um depoimento pessoal, destacando a importância do papel formador do movimento sindical que abriu caminho para a sua vida acadêmica, enquanto mulher negra e trabalhadora. Em seguida, ressaltou a importância do movimento sindical frente aos desafios do país e da classe trabalhadora.

“O nosso país foi praticamente destruído a partir do golpe que derrubou a presidenta Dilma. Quando vejo o lema desta Conferência, sobre a ‘luta por um país com direitos, empregos e soberania’, vejo como desafio a necessidade de nos unirmos para avançarmos em políticas públicas por melhor educação e igualdade de direitos”, disse, exaltando o papel da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nesta luta. A pedagoga fez uma autocrítica do movimento sindical, cobrando uma presença maior de mulheres, negros e negras e LGBTQIA+ nos quadros dos sindicatos.

“A reestruturação produtiva imposta ao país continua muito presente, com a manutenção da diferença de salários entre homens e mulheres e, mais ainda, em relação às negras. Poucos negros chegam aos cargos de chefia na categoria, e as negras nem chegam, bem como a comunidade LGBTQIA+”, criticou, ressaltando os prejuízos gerados pelas terceirizações aos trabalhadores.

Autonomia sindical

A pedagoga falou ainda dos impasses políticos da atual conjuntura e do papel dos sindicatos na disputa política.

“O governo Lula é um governo de conciliações. Nós apoiamos o atual governo, mas os sindicatos têm como função defender o direito do trabalhador”, destacou, defendendo a autonomia sindical. Elogiou a atual proposta da reforma tributária, citando a isenção fiscal para absorventes femininos, que beneficia mulheres pobres.

Greyce falou também das dificuldades de grande número de jovens que está fora do mercado de trabalho e da necessidade de o movimento sindical atrair esta juventude para a organização das lutas coletivas.

A superação dos trabalhadores

O presidente do Sindicato do Rio José Ferreira abriu sua participação na mesa de debates lembrando da superação dos trabalhadores diante de conjunturas extremamente adversas nos últimos anos.

“Derrubaram a presidenta Dilma, veio o Temer e o começo de um projeto neoliberal de retirada dos direitos e ataques aos sindicatos. É uma felicidade ver que, com a nossa luta e energia, derrotamos Bolsonaro”, destacou, lembrando que o desafio continua frente à presença ainda forte da extrema-direita na sociedade e a missão do movimento sindical de derrotar o neoliberalismo e avançar ainda mais nas pautas em defesa dos trabalhadores.

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