Sexta, 07 Julho 2023 17:10

Será dia 23 de julho, em Volta Redonda, protesto contra poluição causada pela CSN

Poluição em Volta Redonda é devastadora Poluição em Volta Redonda é devastadora

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Para protestar contra a poluição causada pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está sendo convocado por entidades da sociedade civil um grande ato público para 23 de julho, às 10 horas, na Praça Brasil, próximo à empresa, em Volta Redonda. A mais importante siderúrgica do país, criada pelo governo Getúlio Vargas, foi privatizada em 1993 pelo presidente Itamar Franco, que assumiu o cargo após o impeachment de Fernando Color, passando para as mãos do grupo Vicunha, do empresário Benjamin Steinbruch.

Cida Cruz, diretora da Secretaria de Meio-Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, apoiou a iniciativa. “Esta empresa há longo tempo vem descumprindo normas de proteção ambiental e de proteção aos trabalhadores. Lança substâncias poluentes no ar, já tendo contra si processos por estas ilegalidades. Temos que ser solidários a esta manifestação em defesa dos moradores de Volta Redonda e dos trabalhadores da siderúrgica”, afirmou.

Mesmo sendo extremamente lucrativa (em 2022 foram R$ 2,2 bilhões de lucro) o que permitiu que comprasse outras grandes empresas, a CSN não investe em medidas que reduzam a poluição, produzindo, segundo organizações ambientalistas, um cenário catastrófico em Volta Redonda. Os organizadores da manifestação pretendem, ainda, acionar o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e o Inea (Instituto Estadual do Ambiente), além do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) para que tomem medidas cabíveis contra os donos da ex-estatal.

Você pode participar desta luta subscrevendo este abaixo-assinado. Clique aqui.

Entidades e personalidades

Estão sendo convidados para o ato, dirigentes de entidades sindicais, de defesa do meio-ambiente, partidos políticos, além de personalidades ligadas ao tema, entre elas a sueca Greta Thunberg e o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Entre os organizadores estão a “VR Abandonada”, além de Roberto Guião, biólogo e professor universitário, e o ativista ambiental Sandro Léo e também a Federação da Associação dos Moradores de Volta Redonda.

A presidenta da Federação, Fátima Martins, criticou a omissão da CSN. "Diante de tantos problemas e reclamações vindas dos bairros e como comunitários voluntários, precisamos informar, mobilizar, participar e dar voz, para que as providências necessárias sejam tomadas", disse Fátima, da comissão de divulgação do movimento.

E acrescentou: “Sabemos que os empresários visam ver sua empresa crescer e dar lucro, contudo precisam se preocupar e investir na questão ambiental, ter um olhar respeitoso e empático para com os que nela vivem, neste caso Volta Redonda”, disse Fátima.

Desacato ao MP

Segundo os organizadores, a destruição ambiental não é uma simples falha, nem algo pontual, mas uma política consolidada da CSN, que vem de cima, através de seus diretores e pelo comando da empresa. No último termo de ajuste de conduta, assinado com o Ministério Público, a empresa se comprometeu a investir cerca de R$ 250 milhões em melhorias em sua linha de produção, mas não concretizou o compromisso.

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