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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Foto: Nando Neves
Imprensa SeebRio
Neste dia 28 de junho em todo o mundo acontecem passeatas, debates e outras atividades para marcar a passagem do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+. É uma data para celebrar as conquistas obtidas, mas também reafirmar a importância de lutar e refletir sobre os direitos entre as pessoas, o respeito à diversidade e o combate a toda forma de discriminação.
A LGBTfobia, chamada também de homofobia, é a discriminação, aversão, ódio ou ato de agressão, pela crença preconceituosa de inferioridade das pessoas LGBTQIAP+ em relação à chamada heteronormatividade, ou a forma de pensar que marginaliza os relacionamentos afetivos que não sejam heterossexuais.
No Rio, dirigentes do Coletivo LGBTQIAP+ do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e dirigentes da Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ) promoveram atos em frente às agências de Madureira e conversaram com os bancários sobre a importância da reflexão sobre o combate à homofobia. A manifestação ocorreu nos bancos privados e públicos, como parte do Dia Nacional do Orgulho LGBTQIAP+.
Assassinatos
A LGBTfobia foi responsável por 273 mortes no Brasil em 2022, segundo Dossiê de Mortes e Violências Contra LGBTQIP+, pesquisa preparada anualmente pelo Observatórios de Mortes e Violências LGBTQIP+.. Foram 228 assassinatos, 30 suicídios e 15 óbitos por outras causas.
As entidades ligadas à comunidade LGBTQIAP+ orientam todos a denunciar qualquer crime por discriminação ou agressão contra vulneráveis. Um dos caminhos é o disque 100, do Governo Federal.
Luta importante
Para Adilson Barros, ex-diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da direção da Contraf-CUT, a luta constante da comunidade LGBTQIAP+ é extremamente necessária. “Sofremos preconceito, exclusão, violação de direitos e dificuldade de acesso à educação e ao mercado de trabalho dia após dia e esta situação tem que mudar”.
Adilson, que também é militante LGBTQIAP+, lembra que, “apesar da criminalização da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal, em 2019, a violência segue aumentando pela falta de políticas públicas, que é essencial para a construção de uma sociedade inclusiva e sem preconceito”.
Como diz a secretária da Juventude da Contraf-CUT, Bianca Garbelini, a Bia, “a sociedade ainda quer impor como norma quem devemos amar e como devemos nos apresentar, ou seja, é cis-heteronormativa”. Para Bia, também militante LGBTQIA+, “quando uma pessoa quebra essa norma, existe reação violenta por aqueles que não aceitam a diversidade. Por isso, todos os dias resistimos à violência para defender nosso direito de ser e amar quem quisermos”. Bia também lembra que que “agora temos um governo que dialoga com a população LGBTQIAP+, o que traz um fôlego para nossa luta”.
O secretário de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Elias Jordão, lembra que “durante o governo passado, as políticas sociais foram destruídas, e com elas muitas conquistas foram perdidas. Mas agora estamos em um novo momento, respirando os ares da democracia, e a sociedade civil é chamada a contribuir com todas as pautas sociais. E nós, que lutamos contra toda e qualquer forma de discriminação, tanto na nossa categoria quanto na sociedade, estamos juntos nesta luta”.
Escolha da data
O Dia do Orgulho LGBTQIA+, em 28 de junho, nasceu num ato de resistência à repressão em 1969, no bairro Greenwich Village, de Nova York, que é marcado pela convivência pacífica de diversidades étnica e sexual. O bar Stonewall Inn, voltado à comunidade LGBTQIA+, passava por uma inspeção policial, na qual 13 pessoas foram detidas.
Quando uma mulher foi agredida e pediu socorro, pessoas que circulavam pela região juntaram-se para defendê-la. A reação popular cresceu, e os policiais tiveram que se refugiar dentro do bar, até a chegada de reforço das forças de segurança.
As manifestações contra a perseguição policial e a discriminação generalizada contra a comunidade LGBTQIAP+ mobilizaram milhares de pessoas, cresceram e seguiram na cidade por cinco dias. O episódio ficou conhecido como Rebelião de Stonewall Inn.
Pesquisa
No Brasil, 2,9 milhões de pessoas de 18 anos ou mais se declaram lésbicas, gays ou bissexuais. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação sexual autoidentificada da população adulta, divulgada hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a primeira vez que esse dado é coletado entre a população brasileira e, na avaliação do instituto, ainda pode estar subnotificado.
Os dados, coletados em 2019, mostram que 94,8% da população adulta, o que equivale a 150,8 milhões de pessoas, identificam-se como heterossexuais, ou seja, têm atração sexual ou afetiva por pessoas do sexo oposto; 1,2%, ou 1,8 milhão, declaram-se homossexual, tem atração por pessoas do mesmo sexo ou gênero; e, 0,7%, ou 1,1 milhão, declara-se bissexual, tem atração por mais de um gênero ou sexo binário.