EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A classe média tem uma boa oportunidade para trocar de carro e comprar um automóvel zero. O governo federal prorrogou o prazo da venda de veículos com desconto por mais 15 dias, a contar da data da nova decisão tomada na última terça-feira (20). A ampliação do prazo é válida apenas para pessoa física.
O programa foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 5 de junho com o objetivo de atenuar a crise no setor automotivo, que responde por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria de transformação. A portaria que autoriza a prorrogação foi assinada pelo ministro e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e foi publicada nesta quarta-feira (21) em edição extra do Diário Oficial da União. Foram prorrogados também os prazos para compra de ônibus e caminhões novos.
Só falta baixar os juros
Lojistas informam que triplicou o movimento de clientes nas concessionárias e que as vendas só não são maiores por causa da manutenção dos juros nas alturas, em função da política do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há um número considerável de pessoas que possuem uma reserva que estão comprando à vista, um fato incomum e os vendedores das lojas dizem que isso é causado pelo fato de os juros estarem ainda muito alto, o que impede a maior parte dos clientes de adquirir o financiamento de um carro zero. O Copom (Comitê de Política Monetária) se reuniu nesta terça e quarta-feira para definir a Selic, a taxa básica de juros e, segundo a imprensa, a tendência será de o BC manter os 13,75%. Desde a mudança na regulamentação feita pelo ministro da Economia do governo anterior, Paulo Guedes, o governo não tem mais controle sobre a política monetária e de juros, com a chamada "autonomia" do BC. E, pelo visto, o povo brasileiro vai continuar mais um tempo sofrendo com as maiores taxas de juros do mundo, o que eleva as dívidas da população e das empresas e também a dívida pública. Metade do que o Brasil arrecada em impostos é para pagar a rolagem da dívida do governo com os bancos.
O programa se encerra quando os recursos disponíveis se esgotarem (R$ 1,5 bilhão). O desconto para a aquisição do carro zero dentro do programa do governo é concedido direto ao consumidor: R$ 500 milhões para carros; R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para ônibus.
Nos carros, os descontos vão de R$ 2 mil a R$ 8 mil e são válidos para veículos novos com preços de mercado até R$ 120 mil. No entanto, as próprias montadoras estão aplicando descontos adicionais.
Critérios para o desconto
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio de Serviços (MDIC) definiu três critérios para garantia dos descontos: maior eficiência energética; maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno); e menor preço. Quanto maior a soma do carro nesses fatores, maior o desconto. Já para caminhões e ônibus, o escalonamento seguiu apenas o critério do preço e, ao contrário dos carros, quanto mais caros os veículos, maior o desconto.