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Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Com informações do blog da jornalista Andréa Sadi
São cada vez mais contundentes as provas de que, de fato, houve uma tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito de Luiz Inácio da Silva, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Um relatório da Polícia Federal divulgado pela revista "Veja" na última quinta-feira (16) revela a existência de um documento com as instruções para um golpe de Estado no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, que teve acesso ao documento, informações encontradas no celular de Cid, intitulado "Forças Armadas como poder moderador", traz uma série de ações para desconstituir as instituições democrática. O militar foi preso em uma operação que apura suspeitas de fraude nos cartões de vacinação de Bolsonaro e auxiliares e o celular dele foi apreendido na ocasião. O documento cita a “nomeação de um interventor”, “o afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outras autoridades”, e “a fixação de um prazo para novas eleições”. O documento aponta que as medidas poderiam ser tomadas após autorização do presidente da República e afirma, sem provas, que ministros do TSE teriam sido responsáveis por "atos com violação da prerrogativa de outros poderes". Apesar de não citar os nomes dos ministros do TSE substituídos, as sinalizações golpistas sugeriam que eles deveriam ser trocados pelos próximos da fila de substituição no Supremo Tribunal Federal (STF): Kassio Nunes Marques, André Mendonça e Dias Toffoli. Os dois primeiros foram indicados pelo então presidente Bolsonaro.
Militares golpistas
Segundo o blog de Andréa Sadi, foram encontradas também, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, conversas com o coronel Jean Lawand Junior, que era na ocasião subchefe do Estado Maior do Exército, incentivando a realização de um golpe de Estado.
"Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", afirmou o coronel Lawand Junior em um áudio a Cid, em 1º de dezembro de 2022.
Cid respondeu: "Mas o PR [Presidente da República] não pode dar uma ordem...se ele não confia no Alto Comando do Exército”, explicou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Em outra mensagem, em 10 de dezembro do ano passado, Lawand enviou outra mensagem: "Cid pelo amor de Deus, o homem tem que dar a ordem. Se a cúpula do EB [Exército Brasileiro] não está com ele, de Divisão para baixo está".
Cid respondeu: "Muita coisa acontecendo...Passo a passo", e recebeu de volta do coronel a resposta otimista para o golpe: "Excelente".
Memória curta
À revista Veja, o coronel Lawand disse que Cid é “seu amigo, que conversavam amenidades e que não se recorda de nenhum diálogo de teor golpista”.
Na última quinta-feira (15), Mauro Cid entrou com pediu ao Supremo Tribunal Federal para que ele não seja obrigado a comparecer para depor à CPI dos Atos Golpistas.