Quarta, 07 Junho 2023 16:29
OLHO GRANDE

Supermercados não baixam preços da carne como poderiam, mesmo com redução de custos no campo

DÁ PARA BAIXAR MAIS - O consumidor já começa a perceber uma queda no preço da carne, mas os supermercados podem reduzir bem mais com a diminuição do preço da arrouba vendida pelos produtores rurais DÁ PARA BAIXAR MAIS - O consumidor já começa a perceber uma queda no preço da carne, mas os supermercados podem reduzir bem mais com a diminuição do preço da arrouba vendida pelos produtores rurais

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O consumidor percebeu uma ligeira queda no preço da carne bovina nos supermercados. Os valores ainda estão longe da promessa do presidente Lula de que o povo voltaria “a comer picanha e tomar cerveja”, mas estão custando menos. No entanto a redução era para ser bem maior se não fosse a ganância dos empresários brasileiros. Os donos de supermercados não estão repassando boa parte da queda de preços que está acontecendo por parte dos produtores do campo.

O boi gordo caiu cerca de 15%, entre abril e maio. Já o preço da carne no atacado recuou 7% aproximadamente e, no varejo, teve uma queda de apenas 2% a 3%.

Aumentar os lucros

Segundo especialistas, os proprietários de supermercados estão aproveitando esse momento de queda de preços da carne para aumentar ainda mais os seus lucros.

A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) ainda não se pronunciou sobre o motivo da redução pelos produtores não ter repercutido para os consumidores como deveria.

De janeiro a 6 de junho deste ano, a arroba (medida do peso da carcaça bovina, equivalente a 15 kg) do boi gordo recuou 14,6%, para R$ 244,90.

A cotação atingiu a sua maior alta em 24 de março de 2022, quando bateu R$ 352, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL). Este ano, em pouco mais de cinco meses do novo governo, a população já começou a sentir uma queda em vários produtos, como carne e óleo de soja e também nos combustíveis, este último em função da mudança da política de preços da Petrobras, que acabou com a PPI (Preço de Paridade de Importação), que era completamente vinculada à variação do dólar e ao mercado externo do petróleo, sem preocupação com o mercado interno.

Pequena redução

De janeiro até maio, as carnes recuaram 3,87% nos mercados. Alguns cortes tiveram quedas maiores, como contrafilé (-5,5%), acém (-5%) e picanha (-4,4%), enquanto o patinho, por exemplo, caiu menos (-2,5%), segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

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