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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Olyntho Contente*
Imprensa SeebRio
Nesta quinta e sexta-feira aconteceu em São Paulo um encontro com representantes de federações e sindicatos filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), para uma nova fase na organização do ramo. A reunião aconteceu na sede da entidade e além do mapeamento dos segmentos que atuam no sistema financeiro formalizou um plano de ação e instituiu o Coletivo Nacional do Ramo Financeiro e Política Sindical.
Para a secretária de Organização do Ramo Financeiro e Política Sindical da Contraf-CUT, Magaly Fagundes, a iniciativa é fundamental neste momento, pois a fragmentação das funções no setor é grande e continua se aprofundando, e o movimento sindical precisa acompanhar essas mudanças para ampliar sua representatividade e assegurar que esses trabalhadores tenham garantidos seus direitos e alcancem novas conquistas.
Estudo apresentado pela subseção da Contraf-CUT do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra o quanto o trabalho no setor tem se alterado nos últimos anos. Em linhas gerais, enquanto a categoria bancária reduz e tem seu perfil modificado, outros segmentos crescem, porém com condições trabalhistas precárias, com remuneração cerca de 40% menor e jornada mais extensa.
Júlio César, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro falou sobre o encontro. “Os patrões tentam a todo momento dividir os trabalhadores para nos enfraquecer. A discussão sobre o ramo financeiro vem justamente para unirmos nossas forças contra o poderoso sistema financeiro e garantir direitos”, explicou.
Saiba mais
Para o secretário-geral da Contraf-CUT, Gustavo Tabatinga, a construção do ramo financeiro é fundamental para que os trabalhadores do setor que não são bancários também tenham representação. Para o dirigente, essa é uma prioridade, inclusive para o movimento sindical, pois enquanto o sistema financeiro se mantém, o número de bancários reduz, pela fragmentação das categorias, com trabalhadores em tecnologia da informação (TI), crédito corporativo, seguros, planos de saúde e tantos outros.
Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, a importância da construção do ramo financeiro é decisiva no atual momento, em que ganham corpo os debates sobre a reforma sindical no Brasil. “Estamos com um grupo de trabalho tripartite, discutindo alterações na legislação sindical, que buscam sindicatos representativos e fortes, com a valorização da negociação coletiva, mais amplas, como as da categoria bancária”, ressaltou.
No encontro, foi definido um plano estratégico de ação para a construção do ramo financeiro e aprovado um planejamento de nível nacional, que contempla uma campanha de comunicação com foco nos trabalhadores não representados e a organização de cursos de formação sobre a questão.
Para o secretário de Formação da Contraf-CUT, Rafael Zanon, “no encontro foi apresentado um diagnóstico e definido um planejamento nacional para fortalecer a representação de todos os trabalhadores do ramo financeiro. Esse tema é prioritário para buscarmos reverter a pulverização arquitetada pelas empresas, no sentido de dividir e reduzir direitos dos trabalhadores do ramo financeiro.”
*Com informações da Contraf-CUT.