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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Quem não se lembra do lema de campanha “O caçador de Marajás”, apelido criado por uma matéria na capa da Revista Veja e repetido por toda a mídia, dado ao então candidato à presidência da República, Fernando Collor de Mello? Na época, a grande imprensa tratou de criar um candidato, que nem partido tinha (PRN) para atender às expectativas de banqueiros e grandes empresários, que temiam a disputa que, segundo as pesquisas preliminares, davam Brizola e Lula no segundo turno. Pois o atual senador e ex-presidente foi condenado na quinta-feira (18), por maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), por corrupção e lavagem de dinheiro. Colllor é acusado de ter recebido R$29,9 milhões de propina da BR Distribuidora. Seis dos ministros entenderam que há provas suficientes para a condenação do político de Alagoas, seguindo o relator, Edson Fachin.
A condenação definitiva deve sair na semana que vem, quando os demais ministros vão votar, mas a maioria já está consolidada na Suprema Corte.
Propaganda contra corrupção
O curioso é que Collor pautou sua candidatura à presidente, em 1989, pelo “combate à corrupção”, ganhando a eleição contra Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno (PT). O lema era muito parecido com o usado por Jânio Quadros e Jair Bolsonaro (PL) e todos os três, de direita, foram eleitos presidente do Brasil.
Na época, o então candidato derrotado Leonel Brizola (PDT) havia proposto a renúncia de ambos para apoiar Mário Covas (PSDB) e impedir a vitória de Collor. O petista não aceitou a ideia. Todas as pesquisas indicavam que Brizola e Covas venceriam Collor no segundo turno e Lula não, o que acabou se confirmando nas urnas.
Collor sofreu várias acusações ao longo da carreira, inclusive em casos de desvios cometidos por membros de seu governo e acabou sofrendo o impeachment em 29 de dezembro de 1992.
A acusação é um desdobramento da Operação Lava-Jato.