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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Rita Lee Jones foi pioneira na música e nos costumes, sendo referência feminista e sucesso desde o início da sua carreira num Brasil onde as bandas de rock eram comandadas por homens. A Rainha do Rock expressão que ela classificava como ‘um pouco cafona’, faleceu na noite desta segunda-feira (8/5), aos 75 anos, depois de uma luta contra um câncer no pulmão, deixando o Planeta Terra mais triste. Seu amor pelo Rio de Janeiro, onde morou grande parte da sua vida, fez com que fosse homenageada pela Câmara de Vereadores da Cidade como Cidadã Carioca.
Rita foi uma das precursoras do rock brasileiro, dando uma pitada nacional ao ritmo estadunidense tornando-o ainda mais popular por aqui. Sempre usou da irreverência para criticar o conservadorismo contra o qual se contrapôs a vida inteira. “Fui uma mulher perigosa para os bons costumes”, brincou, em entrevista.
Para a vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Kátia Branco, Rita Lee foi uma das grandes responsáveis por introduzir as vivências das mulheres no repertório musical do nosso país. “Suas canções marcaram época e tiveram papel importante nos debates das pautas feministas, tendo sempre em foco a liberdade das mulheres”, disse.
José Ferreira, presidente do Sindicato, frisou que para além dos estereótipos que por vezes foi vítima, Rita Lee foi conceito de mulher antenada na realidade, articulada e politizada. “A naturalidade e autenticidade com que fez a defesa do SUS (Sistema Único de Saúde) é dos muitos exemplos de seu comportamento na sociedade”, lembrou.
Carreira de sucesso
Rita nasceu em 31 de dezembro de 1947. Em 1965 conheceu os irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista com quem formou a banda Os Mutantes, que fez grande sucesso ao cantar com Gilberto Gil a música Domingo no Parque no III Festival da Música Brasileira. Em 1968 o grupo participou do lançamento do movimento Tropicália, com o álbum Tropicália ou Panis Et Circencis, com a participação de Caetano, Gil, Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão.
Em 1972 foi literalmente expulsa dos Mutantes, mas foi na carreira solo que Rita fez ainda mais sucesso com a sua genialidade e carisma. São desse período algumas das canções mais lembradas da artista, como Agora Só Falta Você, Esse Tal de Roque Enrow e Ovelha Negra. Em 1976 conheceu o músico Roberto de Carvalho por quem se apaixonou, e que se tornou seu maior parceiro musical. Vêm dessa época grandes sucessos como Mania de Você, Chega Mais, Doce Vampiro, Lança Perfume, Nem Luxo Nem Lixo e muitos outros.
Lançou diversos livros infantis do personagem Dr. Alex, além de uma autobiografia. Em 1995, foi convidada para abrir o show da banda Rolling Stones no Brasil. O último disco de estúdio, Reza, saiu em 2012 e dali em diante a cantora decidiu desacelerar, se isolou em sua casa, cuidando de seus animais e de suas plantas.
Todos os seus discos e shows foram sucesso nacional em seus mais de 50 anos de carreira. Em 2021 foi diagnosticado o câncer. O tumor Rita Lee apelidou de ‘Jair’, uma referência ao ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que encarnava todo o reacionarismo que ela sempre combateu.
No mesmo ano, Rita inaugurou uma megaexposição da carreira no MIS, em São Paulo e lançou também uma música inédita, Change. No ano passado, foi homenageada no Grammy Latino com o prêmio Lifetime Achievement Award pelo conjunto de sua obra artística.
*Com informações do jornal O Dia, G1 e revista Veja.