Segunda, 24 Abril 2023 20:09

Em Portugal, Lula critica privatizações

Governo português reestatizou sistema da água, reduzindo contas em até 60%
A empresa pública de água e tratamento de esgoto foi reestatizada pelo governo Português. A população aprovou: queda nas tarifas de até 60% e melhora na qualidade dos serviços A empresa pública de água e tratamento de esgoto foi reestatizada pelo governo Português. A população aprovou: queda nas tarifas de até 60% e melhora na qualidade dos serviços

Desde o último feriado de sexta-feira (21) em Lisboa, buscando retomar as boas relações com Portugal após o governo anterior ter criado constrangimentos aos governantes lusitanos por serem de esquerda, o presidente Luís Inácio Lula da Silva voltou a criticar as privatizações feitas nos últimos seis anos e a venda da Eletrobras promovida pela gestão anterior.
“No Brasil nós não vamos mais vender empresas públicas. O que queremos é convidar empresários europeus para fazer de novo o que já realizamos”, disse, referindo-se à volta dos investimentos estrangeiros ao Brasil. Durante o governo Bolsonaro o país chegou a perder US$88 bilhões em fuga de capitais e empresas por causa do risco fiscal, desprezo pela política ambiental e piora nas relações internacionais com nações como Portugal, França, Argentina e China.
“Os governos anteriores venderam o patrimônio público, que ficou menor, e a qualidade dos serviços não melhorou. Venderam só para pagar aos bancos juros da dívida pública”, criticou Lula.

Exemplo da Europa

O melhor exemplo do fracasso da política de privatizações, iniciada nos anos 80 e 90 na Europa e seguida por governos neoliberais da América Latina, vem do próprio “Velho Continente”. Portugal, por exemplo, reestatizou, em dezembro do ano passado, o sistema da água e tratamento de esgoto por causa do aumento nas tarifas e a piora nos serviços pelas empresas privadas concessionárias. Com a volta das empresas públicas os preços chegaram a cair para os consumidores em até 60% e houve melhora na qualidade dos serviços.
Enquanto o Brasil até pouco tempo vendia suas instituições públicas, a Europa reestatizou mais de 800 empresas que foram privatizadas nas décadas de 1980 e 1990. 
“A experiência em todo o mundo mostra que vender o patrimônio público em setores estratégicos e fundamentais só enriquece a uma meia dúzia de grandes empresários e especuladores, tornam os serviços caros e quase sempre ineficientes. A Eletrobras, por exemplo não poderia ter sido privatizada. A população não ganhou nada com estra entrega de uma empresa pública que sempre foi altamente lucrativa”, avaliou o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira.

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