Segunda, 17 Abril 2023 18:13

Baixa os juros ou cai fora, Campos Neto!

Inflação e dólar caem, bolsa sobe, mas será quem nem assim a direção “autônoma” do BC vai baixar os juros no Brasil, os maiores do mundo?
O Brasil não aguenta mais os juros altos, os maiores do mundo, que inviabilizam a retomada do crescimento econômico. Só falta o presidente do BC, Campos Neto, se convencer disso O Brasil não aguenta mais os juros altos, os maiores do mundo, que inviabilizam a retomada do crescimento econômico. Só falta o presidente do BC, Campos Neto, se convencer disso

O Brasil tem vivido nos últimos dias um otimismo dos mercados para neoliberal nenhum colocar defeito. Após a inflação desacelerar em março, o dólar caiu para R$5, o menor patamar desde junho de 2022, e a bolsa de valores brasileira subiu 4,29%. Na segunda-feira  a queda da moeda americana continuou, chegando a R$4,91.

Sem justificativa

Economistas são unânimes em afirmar que a inflação atual não é de demanda e que nada justifica o Banco Central “autônomo” manter os juros nas alturas, com a Selic (taxa básica) em 13,75% ao ano. So para se ter uma ideia, o Banco Central Europeu (BCE) causou revolta na população ao elevar a sua taxa básica para 0,5%, o sexto aumento consecutivo, em função da guerra na Ucrânia e do bloqueio econômico à Rússia, bem como aos gastos militares da OTAN no conflito.
Especialistas, empresários do setor produtivo, o presidente Lula e sua equipe econômica e toda a sociedade concordam que passou da hora de o BC baixar as taxas de juros, as maiores do planeta. Exceto o presidente da instituição responsável pela política cambial e de juros, Roberto Campos Neto, o pupilo indicado pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes.
Campos Neto disse que “nenhum BC quer juros altos” e “que tenta suavizar o máximo possível” de forma que sua política cause “o mínimo de danos à economia”. No entanto, na verdade, as consequências de sua política sobre a economia são as piores possíveis.
“A atual política de juros da direção do BC tem efeitos devastadores sobre a economia brasileira, elevando a inadimplência de consumidores e empresas, reduzindo o acesso ao crédito e impedindo a retomada do crescimento econômico. Só os banqueiros ganham com esta situação”, criticou a vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco.

Só os bancos ganham

Se exclusivamente os bancos ganham com os juros, o país só perde. Com as elevadas taxas, a dívida pública do governo explode: de novembro de 2020 ao mesmo mês de 2022, período do governo anterior, esta dívida saltou de pouco mais de R$ 300 bilhões para R$ 600 bi, um crescimento de 100%. Tudo para atender a ganância de meia duzia de especuladores
Se o povo e o empresário do setor produtivo, especialmente o micro e o pequeno, estão sofrendo com o atual modelo econômico, os banqueiros estão rindo à toa. O Itaú, por exemplo, chega a cobrar de juros no rotativo do cartão e renegociações 377,32% ao ano.
Segundo dados do Serasa Experian, divulgado no final do ano passado, cerca de 6,3 milhões de empresas estão inadimplentes. Em janeiro de 2023, o número de brasileiros humilhados no SPC chegou a 65,19 milhões de pessoas, uma  alta de 0,56% em relação a dezembro de 2022.

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