Segunda, 10 Abril 2023 20:47

Categoria avança em ações de combate à violência contra a mulher

Bancos atendem reivindicação do movimento sindical e contratam ONGs que apresentam propostas para prevenção à violência contra a mulher
As participantes do evento foram unânimes em reconhecer que o lançamento de ações de prevenção à violência contra as  mulheres foi um marco histórico na categoria As participantes do evento foram unânimes em reconhecer que o lançamento de ações de prevenção à violência contra as mulheres foi um marco histórico na categoria

O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram na segunda-feira (10) para o lançamento do Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, de conscientização da sociedade, incluindo das bancárias e bancários no ambiente de trabalho, sobre o combate à violência de gênero. O encontro foi considerado um marco histórica para a categoria.
“Hoje, nós demos mais um passo importante no contexto de uma série de conquistas que a categoria bancária obteve com muita luta e organização, ao longo dos anos, na pauta de Igualdade de Oportunidade, que inclui o combate à violência de gênero dentro e fora do ambiente de trabalho, com o acolhimento das bancárias que sofrem com a violência doméstica”, destacou a coordenadora do Comando Nacional da categoria e presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
“Quero falar três palavras: educação, comunicação e transformação. Como educamos nossos filhos e filhas e o papel da escola na formação contra preceitos de uma sociedade machista. Outro meio importante transformador é a comunicação, como estamos falando, na vida e nas redes sociais para transformar essa sociedade que é machista e misógina. Gosto da palavra esperança e cada de um nós é essencial para a construção de um novo país e um novo mundo com respeito e sem preconceitos”, disse a presidenta da Federa RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro), Adriana Nalesso.

Políticas públicas

Na mesa “Igualdade das mulheres na sociedade”, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a retomada de uma série de políticas públicas direcionadas, especialmente, para combater a desigualdade social entre homens e mulheres e a violência de gênero, com destaque para o projeto de lei, enviado pelo governo Lula ao Congresso, que determinada igualdade salarial entre homens e mulheres. “A diferença desta lei, em relação ao que tínhamos até hoje, pela CLT, é que ela determina quem fiscaliza e a aplicação de multa para as empresas que não cumprirem a legislação”, pontuou a ministra. Ressaltou ainda a necessidade de iniciativas como o lançamento do programa de prevenção à violência de gênero, pela categoria bancária, e lembrou que o movimento sindical foi fundamental para resistir aos ataques sobre os direitos das mulheres aprofundados nos últimos seis anos, desde o golpe que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Roussef.

Papel das ONGs

Na mesa “Iniciativas de negociação nacional do movimento sindical e os bancos para a sociedade, bancárias e bancários”, representantes das três organizações não governamentais (ONGs) Papo de Homem, Me Too Brasil e IMP Instituto Maria da Penha, apresentaram suas propostas de trabalho. As entidades foram contratadas pelos bancos para responder às demandas do movimento sindical, inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Entre as ações que as ONGs vão entregar no âmbito do Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, estão treinamentos, cartilhas, livro e série de palestras em várias regiões do país, voltados tanto ao público bancário quanto à sociedade civil.

Discriminação salarial

Levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) mostra que, no mercado de trabalho brasileiro, as mulheres ganham, em média, 21% menos que os homens. Na categoria bancária, a remuneração delas é 22,2% menor que a média dos colegas do sexo masculino. Ao analisar o recorte racial, a desigualdade é ainda mais aprofundada: a remuneração da mulher preta é, em média, 40,6% inferior à remuneração do homem bancário branco.
“Este é um esforço conjunto do movimento sindical com os bancos, liderado pela Contraf-CUT, e com a participação de ONGs para a promoção de políticas que têm por objetivo o combate à toda a forma de violência e discriminação de Gênero”, avaliou o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira, que também participou do evento, em São Paulo.

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