Quarta, 22 Março 2023 17:02

O uso sustentável da água: um desafio de todos para a preservação da vida

A despoluição e preservação  ambiental da  Baía de Guanabara é um desafio de todos. O atual governo do Estado e a Cedae privatizada não têm compromisso com a sustentabilidade A despoluição e preservação ambiental da Baía de Guanabara é um desafio de todos. O atual governo do Estado e a Cedae privatizada não têm compromisso com a sustentabilidade

A água sustenta a existência de todos os organismos vivos do Planeta Terra, mas o mundo ainda está longe de garantir água potável para todas as pessoas. Um estudo do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revela que, uma em cada sete pessoas no mundo não tem acesso à água em condições de consumo.
O crescimento populacional e o consumismo desenfreado ameaçam os recursos hídricos. Em função desses desafios, começa a crescer no planeta a adesão a um consumo inteligente e consciente, assim como, a diminuição do desperdício.

"O mundo tem cerca de 2 bilhões de pessoas sem acesso à àgua potável e ao saneamento básico. É preciso ter consciência de que a água é fundamental para a preservaçào da vida e é um bem público primordial de todos, do planeta, por isso é preciso incluir todos ao direito de uso sustentável deste recurso natural", disse a diretora Executiva da Secretaria de Meio Ambiente do Sindicato dos Bancários do Rio de Ianeiro, Cida Cruz.

A Baía de Guanabara

Um dos pilares necessário para melhor aproveitamento de água limpa é a necessidade de despoluição de rios e mares, como é o caso da agonizante Baía de Guanabara. Já foram investidos grandes quantias de dinheiro para despoluir a baía mais famosa do Brasil.
Há quase 30 anos, o então governador Leonel Brizola (PDT) lançou o Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) que teve até projeto de especialistas japoneses. Infelizmente, governos que o sucederam não deram continuidade às obras necessárias, como foi o caso de Marcelo Alencar (PSDB) , sobre os quais pesaram sobre sua gestão, até acusações de mau uso e desvio das verbas destinadas a recuperação ambiental da baía. De lá para cá, nada mais foi feito neste sentido.

"A situação da poluição da Baía de Guanabara se agravou muito nos últimos anos. É preciso enfrentar o caos do saneamento básico em nosso estado, em municípios da Baixada Fluminense e do Grande Rio, inclusive a capital. São despejadas toneladas de dejetos nos rios que desembocam no mar", afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio José Ferreira. 

Estâncias hidrominerais

Outro debate que gera debates e polêmicas fervorosos é a situação dos recursos hidrominerais de estâncias do Sul de Minas Gerais e do interior de São Paulo. Poderosas empresas multinacionais como a Nestlé e a Coca Cola vêm há mais de duas décadas, comprando as fontes de água mineral e até os parques de águas de cidades como as mineiras São Lourenço, Poços de Caldas, Caxambu e Cambuquira e Lindóia, do interior paulista.
Moradores denunciam que estas empresas engarrafadoras cometem abuso na exploração das águas, utilizando inclusive àquelas que possuem propriedades medicinais, o que é proibido por Lei.

Uso inteligente

O uso inteligente deste recurso natural fundamental para a própria vida começa a virar realidade.
A coleta e transmissão de dados em tempo real permite que o usuário análise picos de consumo de água na sua estrutura organizacional e a partir da análise dos números identifique o problema e encontre a solução. O modelo já tem sido usado por empresas e novos condomínios que fazem uso do reaproveitamento da água das chuvas e aproveitamento do recurso que é desperdiçado, bem como a expensão das placas solares para uso sustentável da energia. 

Mudança de hábitos

Outro problema sobre o tema no Brasil é o desperdício, embora a cena de moradores lavando a calçada tenha diminuído bastante ao longo dos anos. Segundo estudo do Instituto Trata Brasil, feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2019, o Brasil desperdiça 39,2% de toda a água potável que é captada, o que seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano.
Além do uso da tecnologia, a economia dos recursos hídricos tem como aliadas as ações educativas para otimizar o consumo desse recurso. Já passou da hora de cidadãos e empresas mudarem hábitos, utilizarem meios tecnológicos e criarem projetos de melhor utilização da água. Afinal, no Planeta Terra, não há como haver vida sem a água. Este é um desafio de todos neste século XXI. E o Dia Mundial da Água, nesta quarta-feira (22), é uma oportunidade para que todos reflitam e debatam o tema. Afinal, é a vida que está em jogo, do planeta, da humanidade e de todos os seres vivos. 

"A água limpa e potável é uma demanda mundial. No século XXI tivemos um salto na produção, porém sem nenhum compromisso com a sustentabilidade. O 'progresso' capitalista resultou numa assustadora poluição dos recursos hídricos do planeta. O capitalismo e sua natureza predatória destrói tudo na busca insensante pelo lucro e isso nos levou a um caos absoluto. Esse Dia Mundial da Água é propício para a discussão do futuro do planeta, que escolhermos a vida ou a morte. É preciso reverter este processo e garantir água limpa e florestas de pé", avaliou o também diretor do Sindicato, Jacy Menezes.

 

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