Os profissionais da enfermagem do Rio de Janeiro decidiram manter a luta em defesa do pagamento do piso nacional da categoria, aprovado pelo Congresso Nacional, mas que foi barrado pelo Ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu ação ajuizada pela Confederação Nacional de Saúde, que reúne 90 sindicatos que representam hospitais, clínicas e empresas privadas do setor da saúde, cedendo uma liminar para que o pagamento fosse suspenso até o governo federal indicar de onde virá a verba.

A lei aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela Presidência da República estabelece que os enfermeiros devem receber pelo menos R$ 4.750 por mês; os técnicos de enfermagem, no mínimo R$ 3.325; e auxiliares de enfermagem e parteiras, R$ 2.375.

Diante do impasse, a enfermagem do Rio entrou em greve por tempo indeterminado, na semana passada. A primeira audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na segunda-feira (13), terminou sem acordo, mas a categoria conseguiu com que fosse determinado que 40% poderiam estar em greve e 60% trabalhando, nos hospitais particulares ( antes uma liminar dos hospitais concedia 70% trabalhando e 30% em greve). Para o serviço público está permitido a paralisação de 70% e 30% trabalhando nas unidades de saúde.

Apesar da falta de acordo sobre o pagamento do piso, a representante do Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro ( SindEnfRJ) e do Fórum Nacional de Enfermagem Líbia Bellusci, considera a reunião no TRT como muito importante porque a classe trabalhadora da enfermagem foi ouvida em suas reivindicações.

“Os sindicatos vão apresentar uma nova proposta já contemplando o piso salarial e o reajuste salarial. Então, é muito importante que a gente possa novamente na próxima audiência vai acontecer na sexta-feira [17].

A dirigente convocou a categoria para que compareça em frente ao TRT, no centro do Rio, às oito da manhã dessa sexta, já que deram garantias de que não haverá repressão por parte dos patrões.  

“Já garantiram que não vai ter perseguição aos grevistas. Então, a gente precisa que você esteja lá para fortalecer o ato. É muito importante que a enfermagem seja respeitada. Não vamos dar sossego enquanto o piso salarial não for a realidade nos nossos contracheques”, diz Líbia.

Ela conta ainda que a rede privada está aguardando uma proposta do governo federal de subsídio para pagar seus funcionários .

“Isto é uma aberração da rede privada. Eles querem que o governo pague para eles terem lucros. Por isso seguimos na luta para o pagamento do piso salarial que a enfermagem merece”, conclui.