Quinta, 16 Março 2023 19:20
GANÂNCIA SEM LIMITES

Após governo reduzir juros, bancos suspendem consignado do INSS

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Bastou uma medida do governo Lula  para reduzir os juros para empréstimo consignado aos aposentados do INSS e o cartel dos bancos privados reagiu de imediato, suspendendo este tipo de empréstimo. Das grandes instituições, Bradesco e Itaú suspenderam o crédito neste modelo para os aposentados da Previdência Pública. Pagbank, Daicoval e PAN também fizeram o mesmo.

A decisão, rápida, ocorreu após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) ter reduzido as taças de juros desta modalidade de  2,14% para 1,70%.

Sem justificativa

A desculpa dos bancos é a mais estapafúrdia possível. Segundo a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), as instituições financeiras, em função da redução de juros, "não terão condições financeiras de arcar com as despesas com a captação de clientes". 

Os principais bancos do país lucraram, juntos, R$96,2 bilhões, um crescimento de 6,3% em relação a 2021. Os números mostram que não há nenhum sentido racional na argumentação do sistema financeiro "não poder arcar com despesas de captação de clientes em função da redução das taxas no consignado. 

 

Reação da sociedade

A vice-presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio, Kátia Branco, ficou indignada com a atitude dos bancos.

"A sociedade precisa reagir. Está mais do que explícito de que os bancos privados não querem reduzir os juros no Brasil, os maiores do mundo. Os banqueiros espoliam o povo, endividando as famílias brasileiras e as pequenas empresas do setor produtivo e ainda ganharam de bandeja do ex-ministro Paulo Guedes, o controle da política cambial e de juros através dessa falácia que é a 'autonomia do Banco Central'. Não há economia que aguente o cartel do rentismo", destacou a sindicalista. 

A hora dos bancos públicos

Os bancos privados detêm 89% do consignado para aposentados do INSS, sobrando apenas 11% para Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. 

"É uma boa oportunidade para os bancos públicos oferecerem taxas mais baratas para a população, começando pelos aposentados, como resposta a esta farra dos juros no país", acrescentou Kátia. 

 

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